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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O sertão delicado.

Viajando por entre os caminhos da minha terra
Vi tanta coisa que não sei como falar
Andei por entre riachos e sobre serras
E mesmo cansado não pensei em parar
Pois o teatro da vida um dia se encerra
E de mim talvez nada possa sobrar.

Timidamente vi as flores nas pedras brotarem
Ouvi os pássaros assustados cantarem
Ouvi o baralho das águas jorrarem
E vi meus tempos mudarem.

Meu sertão que não é meu de direito
Mas é meu de sangue e de amor
Sertão velho de caminhos estreitos
Caminhos onde hoje percorre a dor
E quem ontem eram os feiticeiros
Bruxos que ainda hoje não tem valor
Os mundos andam tombando pelos terreiros
O povo não se lembra de nosso senhor...

Coitado do terreno que piso clandestinamente
Amanhã tudo isso estará legal e ilegalmente
Enquanto hoje agente espera pacientemente
Um direito que seja dado generosamente.

Hoje tudo vale pelo poder
Nosso sertão não merece isso
Onde está o direito que agente devia ter
Pra quem comanda aqui é o paraíso
Por isso que é bom agente saber
Até aonde vai esse reboliço.

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