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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Hoje a tristeza veio.



Hoje a tristeza falou mais alto
E me deixou assim, calado,
Hoje encarei como se deve encarar
Todos os problemas que tenho
E conclui; não posso suportar.

Meu mundo medíocre é frágil
Tão sensível quanto minha alegria
Que a qualquer momento passa
E vai embora, me deixa sozinho,
Triste e largado as traças.

Hoje percebi que nem no universo inteiro
Caberá toda a dor que tenho dentro de mim
E que meus sonhos já não são possíveis
Não são prováveis as minhas esperanças
Não é certo que eu chegue a um fim.

Hoje a tristeza veio
E se firmou, e espalhou-se,
Como uma árvore que cresce
Dentro de um pequeno pote.

Hoje o que eu mais queria
Era que o céu fosse verdadeiro
Que as flores e os mares me abrasassem
Levasse-me com eles para eu não sei aonde,
Hoje o que eu mais espero
É que toda essa dor passe.


José Borges.
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

O que seria de mim.



Se não fosse meu disfarce
Se não fosse essa loucura
O que seria de mim?

Se não fossem meus amigos
Se não fossem seus conselhos
O que seria de mim?

Se não fosse o escuro
Se não fosse a caneta
O que seria de mim?

Se não fosse aquela alegria
Se não bastasse a vida
O que seria de mim?

Se eu não tivesse a quem me entregar
Se eu não assumisse meus erros
O que seria de mim?

Se a noite fosse tão vazia quanto o dia
Se a chuva fosse tão acida como as lágrimas
O que seria de mim?

Se não fosse o oceano
Se não fosse o céu
O que seria de mim?

Se não fosse a saudade
Se não fosse você
O que seria de mim?


José Borges.
,

terça-feira, 27 de abril de 2010

Conto: O construtor de castelos.

Na minha rua tinha uma casa onde morava um velho senhor, vivia sozinho ao que parecia, não tinha ninguém além de si mesmo. Tinha dias que eu o via passando com compras numa sacola, mas nem chegava a lhe perguntar nada. Ele andava com certa dificuldade, tinha olhos pequenos como quem tivesse medo de enxergar a situação que vivia. Usava uma bengala, e sempre estava vestido formalmente. Era um senhor de respeito.

Outro dia minha mãe me pediu para que eu fosse deixar uma torta para aquele senhor, pois ela tinha ouvido falar que ele gostava de tortas. Nem pensei muito e corri pra fazer o mandado. Oras, era a oportunidade que eu queria para poder saber alguma coisa sobre a vida daquele homem tão solitário. Quando cheguei no portão de sua casa vi que tinha uma placa, avisando que era proibida a entrada de estranhos o jeito que teve foi eu gritar. E gritei. Até que ele apareceu na janela e me pergunto: o que queres menino? Ai eu disse; aqui está uma ótima torta de morango que minha mãe mandou para o senhor. Logo vi que ele regalou os olhos, era o sabor de tortas preferidas dele.

Então ele veio e abriu o portão, agarrou a torta como se ela quisesse fugir. Então eu perguntei o seu nome, ele disse que não tinha nome. Estranhei, e perguntei; como não tens nome, toda pessoa tem nome e precisa de dele. Ele respondeu novamente; não tenho nome. Naquele momento ele já estava ficando zangado, com isso, preferi não lhe perguntar mais. Resolvi ir embora sem ter descobrir nada sobre aquele senhor.

Quando me viro e peço licença pra ir embora, ele me convida a fazer um passei pelo quintal de sua casa, para retribuir por eu ter lhe trazido a torta. Nossa, quase morri de alegria. Era tudo que eu queria. Então logo na entrada percebi que tinha mesmo escondido, um belo jardim naquele casa, incrível, ali tinha um jardim. Fui até mais aos fundos da casa, e ali tivesse a maior surpresa de minha vida. Ali tinha um castelo. Juro, era um pequeno castelo feito de pedaços de tijolos velhos e telhas quebradas. Fiquei completamente encantado, pois mesmo que simples, aquilo era um castelo bem ali, perto de mim. Perguntei ao velho homem; foi o senhor quem construiu esse castelo? Ele disse; sim, foi eu, demorou um certo tempo mas fiz. Perguntei-lhe então; posso entrar nele? O velho disse; sim, mas cuidado não quebre nada.

Entrei naquele pequeno espaço feito a mãos, e vi que dentro dele a magia ainda era maior, era lindo. Um grande castelo. Fiquei horas, ali dentro, apenas ouvindo o barulho que vinha lá de fora. Parecia que eu estava hipnotizado, perdi a noção do tempo, da vida e tudo mais. Eu estava feliz, como uma criança em seu castelo.

De repente, ouço gritos, era minha mãe me chamando. Sai rapidamente de dentro do castelo, e pra minha surpresa, não encontrei o velho senhor. Fui até a janela da casa, entrei pela porta que estava aberta, e não encontrei ninguém. Fiquei triste. Fui embora sem saber o que tinha acontecido com aquele senhor. Nem seu nome eu tive o direito de saber, ele parecia que tinha sumido ou nunca tivesse existido.

Fui pra casa, meio desconfiado. Um pouco confuso e ainda preocupado. A única coisa que consegui descobrir sobre aquele senhor de bengalas e de olhos pequenos, é que ele era um construtor de castelos.


José Borges.
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Morri de amor.

Esse poema foi escrito por Marcelo Henrique, no dia 13/04/2010.


Às vezes fico pensando na vida,
Como ela é injusta.
Só Deus cura minhas feridas,
Minha dor e minha amargura.

Sem saber o que é o amor
Caí num poço sem fundo
Quanto tentei escapar
Deparei-me com o escuro.

Só você sabe o que faz
Pra me salvar da solidão
O outro batendo por traz
E eu caído na contramão.

Quase morrendo ali
Nem consegui me despedir
Dela que foi meu grande amor
Foi o motivo pelo qual vivi.

Dei o último suspiro
Muita gente até chorou,
A verdade é que eu não tinha tido
Que morri foi de amor.


Supervisão: J.Borges.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Meu antigo manifesto.



Ao que é antigo
E que hoje é tão presente,
Ofereço um sacrifício
Entrego meu corpo, minha mente.

Ao que foi destruído
E que agora é reinventado,
Trago meus votos de repudio,
Pois o que sempre existiu
Não podes ser fabricado.

Aos deuses que eram muitos
E que hoje estão proibidos,
Peço perdão pelos meus pecados.

Aos oceanos navegados
E aos continentes descobertos,
Aos pobres escravizados
E aos fieis civilizados
Deixo aqui meu manifesto.

Viva ao passado que nasce
E a semente que morre,
Ao futuro que não chega
E ao presente que se esconde.

Ao velho estilo de viver
Que atualmente não passa de monotonia,
Dedico este último estrofe
Para que faça dele companhia.

sábado, 24 de abril de 2010

Mas uma vez falando de amor.





Já estou cansado de falar sobre o amor, mas não tem jeito,
Sempre alguém está amando, ou sofrendo por amor,
Quando vejo isso eu não me controlo.
É ai que está um grande problema, cansei de repetir palavras,
Ou de escrever versos, o melhor seria que não houvesse a palavra amor no mundo. E o mais importante, é que as pessoas não quisessem mais sentir, entender ou desejar um amor para suas vidas. O amor é cômico, é hilário, faz rir, faz chorar. É sem identidade.

A palavra amor, nada mais é de que um significado oposta de solidão, quando se estar sem ninguém desejas um amor, mesmo que impossível. E quando se tem esse amor dentro de si próprio, a razão acaba perdendo sua hegemonia sobre o corpo. A alma é tratada como inimiga do peito. Um amor é sinônimo de dor.

Não me critiquem, nem me questionem sobre o que escrevo. Já disse, não é culpa minha, é culpa do amor.

Porém, concordo com o que pensas o leitor dessa reflexão; o mundo sem o amor, seria um grande globo negro, vazio, e sem vida. Apensar que a felicidade é rápida. E a julgar que a amizade existe para curar as feridas deixadas pelo o amor, o homem que ama não reclama, ele apenas ouve.

O amor é uma doença, sem cura, que mata e muda. O amor é vivo. Tão forte, e tão esperado como o pôr do sol, para que sirva de testemunha dos namorados. A quem diga que se ama, para não morrer sem motivo.

É isso, já estou cansado de falar sobre amor. Agora depois de tanta bebida, de tanta mágoa, escrevo aos poetas: amem como se cada instante de sua vida, cada suspiro seu dependesse de um beijo da pessoa amada. Ame para que aprendas a pagar o preço de viver.


José Borges.
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

A arte de ser louco.



Ouve um tempo na terra
Que o povo enlouqueceu
Faltou água, faltou luz,
Até o céu desapareceu.

A loucura tomou de canta
De tudo que fosse vivo,
As plantas comiam carne
Com sangue positivo.

Ouve um tempo na vida
Que a loucura era lei
Se você não quisesse ser louco
Perdia a cabeça como um rei.

Ta certo que isso é loucura
Já que o belo é quem manda,
O céu muda de cenário
Mas é Deus quem comanda.

Ouve um dia que a morte
Ignorou todas as oportunidades,
Preferiu que a loucura,
Acabasse com as impunidades.

A fonte da razão está fazia
Não souberam economizar
Agora estão dizendo por ai,
Que a loucura também vai acabar.

E se isso acontecer
Não sei o que será do povo
Que se esconde em cada canto
O jeito que tem é fugir,
Mas digo; ninguém era santo.


José Borges.
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aquela rua me mostrou...



Estava andando pela rua num dia comum,
Triste, sugado, caminhava de cabeça baixa.
Logo senti um vento que me tocava
E de uma maneira quase espírita
Senti que era alguém que passou
Fechei os olhos na esperança de não ver
E não vi. Era apenas o vento.

Continuei andando, já um pouco pensativo,
Não tinha medo, mas sabia que não era normal.
E quando passei por uma rua, notei que não tinha casas,
Apressei meus passos com certo sufoco
Mas aquela rua era quase infinita
Longa, deserta, sem cor e vazia.
Tinha um ar sombrio
Um estilo fantasmagórico.

Quando vi, já estava chegando noutra rua,
E pouco a pouco a ventania diminuía.
Quando andei alguns passos parei
Virei e vi que havia nascido vida
A rua já não era rua, era jardim,
E Isso me mostra que a vida está sempre viva
Mesmo achando que ela chega ao fim.


José Borges.
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Minha infância morreu adulta.



É, hoje sinto saudades daquele quintal,
Sinto vontade de voltar a ser criança
Correr, brincar, chorar sem motivos,
Se machucar, cair e levantar.
Eram tão doces minhas loucuras
Tão passageiras minhas dúvidas,
E tudo ficou por lá
Embaixo de algum caco de vidro
Ou enterrado no pé da cerca
Minha infância morreu adulta
E eu nem pude fazer uma despedida.

Lembro-me que eu era pequeno
Nem me importava com identidade
Que tolo. Eu era criança, que feliz.
Que doce era minha esperança
Que assim como meus sonhos se desfez
Restando-me o dever de juntar os cacos
Os reuni todos num saco, e foi pro lixo,
E de lixo é meu presente
E de sombras é meu passado
E de restos é meu futuro.

Que nojo me dá quando acordo
Olho pela janela, e não estou onde nasci,
Cercado de robôs piratas
Inserido num sistema falido
Convivendo com marionetes
E me refletindo no trágico espelho que vi
Sinto que meu quintal está mudado
Pestes humanas se espalharam.
E a vida passa arrastada, leve e sombria,
E a morte fica ali, esperando o seu dia.


José Borges.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Antiga alegria.

Outrora foi o tédio que rachou os nervos
E explodiu a face da sombra que surgia,
Outrora foi o vento que afastou o medo
E tornou possível o sonho que se seguia,
Outrora foi a chuva que desfez os castelos
E derrubou o silêncio que pela luz nascia,
Outrora foi o sangue que escorreu pela rua
E fez de rio a pequena valeta que tinha,
Outrora foi a calma que sacudiu a rede
E de triste se encontrava a alegria,
Outrora foi o mundo de cabeça pra baixo
E eu ali, mesmo que sozinho, sorria.


José Borges.
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sábado, 17 de abril de 2010

Bem disfarçado.

Pra quê ficar pensando bobagens
A vida foi feita pra se viver
Não podemos deixar que qualquer besteira
Possa nos enfraquecer
Temos que sempre olhar pra frente
Muito além do que não se pode ver.

Se o limite nos parece perto
É porque o mundo não nos suportou
Nem os mares nem os céus
Até agora não sei pra onde vou
E se o mundo um dia acabar
Pode bater na porta, não estou.

Pra que pensar em grana
Sexo, drogas e amor,
Se um dia tudo morre
Até mesmo um sonhador,
Pra que voar alto e longe
Se carrega no peito uma dor?

Melhor não pensar em detalhes
Eles podem acabar por complicar,
Deixe de lado os planos políticos
Não vai sobrar ninguém pra se governar
Imagine que o ferro o corta
E mesmo assim você não pode sangrar.

Pra que andar bem disfarçado
Se sua alma todos podem ver
Hoje não adianta somente os óculos
Precisa-se de um vidro fumê
Corra pra longe de tudo e de todos
Só não esquece de você.


José Borges.
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Carta poética.



Escrevo em nome de minha loucura
Para dizer o que nunca disse antes,
Pois esse mal nunca terá cura
Nem ao menos passará num estante
Escrevo para os oceanos
Que fiz enquanto sonhava
Escrevo também para ti lua
Que quase sempre me acompanhava.

Escrevo em nome da tristeza
Por que ela não mais existe,
Hoje só resta um tipo de fraqueza
E é aquela que ninguém conhece
Pois os caminhos são incertos
E a razão não é suficiente.
Escrevo para os anjos
Que me guardam nesse momento
E peço perdão a Deus
Por eu não ter um bom pensamento.

Escrevo para os meus amigos
Como se já quisesse me despedir,
E escrevo para os meus inimigos
Como se eu nunca fosse partir,
Logo todos não me interessam
Nem chegam a me satisfazer
Porque eu escrevo é para as estrelas
Que estão longe, e mal não podem fazer,
São puras e ingênuas como crianças
Figuras de álbuns coloridos
Bússolas, amuletos perdidos,
Coisas simples, difíceis de entender.

Escrevo essa carta para os vermes
Porque um dia eu farei parte deles,
Ao vento eu escrevo dizendo saudades
E aos Santos escrevo em forma de prece
Pois não tive fé para minhas dificuldades
Nem tive como reagir diante a queda.
Escrevo ao universo pedindo esmolas
Uma migalha de consolação
Escrevo aos planetas pedindo abrigo
Escrevo ao nada, ao coração.

Escrevo para as trevas
Que muitas vezes me serviam de guia,
Porque hoje não preciso de feras
Sou meu escudo e minha alegria,
Assim escrevo para a luz
Em função de quem sabe encontra-la
E deitar ao lado dela, ao calor,
Passar horas como se não quisesse nada
Sabendo que ali eu não sentiria dor.

Escrevo ao desespero e digo que sossegue
Porque amanhã tudo volta ao normal,
Escrevo ao medo e digo que demore
Porque quero aproveitar esse vazio
Sei que isso é ruim, não faz mal.

Já foi silêncio, grito, agonia,
Loucura, vergonha, temor,
Fui segredo, coragem, alegria,
Já fui profeta, poeta e sonhador,
Hoje sou apenas um passageiro
Nesse velho trem a vapor.


José Borges.
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Uma flor ferida.




Dança flor do campo,
Balança tuas pétalas,
Encanta os namorados
Com tuas cores singelas.

Exala teu perfume
E exalto o teu poder
Dança para os visionários
E para os que não podem ver.

E esconde teus espinhos
Pra ninguém se ferir,
Pois aquele que hoje foi
Um dia há de vir.

Dança e canta flor ferida
E não se importe com a dor,
A vida sempre será difícil
Tão difícil quando o amor.


José Borges.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nessa imensidão.

Falo sério, brinco e então me perco
Atrás de linhas tortas e palavras vagas
Tentando fugir desse cerco
Seguindo mapas de migalhas.

Acordo cedo e volto a dormir
Esperando de novo voltar a sonhar
Pra que minha mente volte a sorrir
E minha alma volte a voar
Assim não tenho medo de cair
Tenho medo de acordar.

Ando a toa, e isso é o que me resta
Passos curtos, sem direção
Esperando chegar a algum lugar
Algum lugar nessa imensidão.


Juan Patrick.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O amanhecer.




Nasce o dia, e o frio se vai.
Desce a neblina das montanhas
E embranquecem o horizonte
E chega o sol, e a lua cai.

Nasce um soluço tímido
Dentro de cada raio de sol
E enquanto isso os pássaros
Cantam na minha janela
E eu levanto e sinto;
Que o dia nasceu agora
E que o tempo passa,
E que agente rir,
E que agente chora.

Nasce o dia, e a flor faz festa,
E nascem os risos.
E morre a noite
E tudo resta.

Nasce em mim um novo
Um já velho novo sonho
E cresce como as estrelas
E se torna infinito, tudo,
Faz de mim pescador
De almas e de átomos
Faz de tudo que vi
Se tornar o que somos.

Nasce o dia, e me vem silencioso,
E acorda-me e abraça-me.
Agora te encontrar é fácil
Tão fácil que rápido some.



José Borges.
,

terça-feira, 13 de abril de 2010

Simples sentimento

Mesmo se a chuva cair e meu rosto encharcar
Mesmo se uma lágrima fluir e a minha dor derramar
Serei apenas um sentimento
Ou uma dor ao relendo
Temendo pra sempre vagar.

Mesmo que o vento sopre
Sem barulho e sem alarde
E derrube essas linhas vagas
Tentarei fluir como palavras
Antes que a poesia se acabe.

Tentarei seguir a ultima onda
Antes que todo esse mar seque
Que mesmo no ultimo suspiro me sonda
Sempre esperando que eu peque.

Agora sou a chuva, sou a lagrima e o vento
Caio sobre o mar e o encho de lamento
Transbordando toda sua dor
Em um simples sentimento.



Juan Patrick.

Viajantes.



Bem, sei que as folhas estão secas,
E que a calçada está cheia delas
E que as árvores estão nuas,
Bem, elas estão mudando.

Olha como tudo está mudando,
Até as cores do arco-íris
Bem, hoje a noite passou voando,
Olha. Quem sabe o que pode chegar?

Agora, os viajantes vão chegar,
E com certeza trazem seus planos
Alguns deles vão nos salvar,
Bem, hoje a noite vai arder.

Sei, nosso amor vai arder,
Vai virar chama e depois cinzas
E ai, o que você vai fazer?
Bem, eu esperava mais de você.


José Borges.
,

Viver

De que adianta?
Seguir teorias que nunca vão se revelar
De que adianta, se todas nos transformam no que somos hoje
E por mais que queiram isso nunca vai mudar.

De que adianta viver numa casa
Pois sempre acaba sendo esta, nossa própria prisão
‘’fora das grades’’ já não conseguimos viver
E disso tudo nos resta à solidão.

Juan Patrick.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A música dos ventos.


Hoje eu quero que meus amigos não notem minha dor
Quero que meus pais não liguem para minhas trabalhadas
E que meus pés suportem minha longa caminhada
Por que busco um outro caminho.
Hoje eu quero que minhas mãos não se cansem
Por que sei que serão muitas linhas escritas
Hoje espero que a poesia não me deixe
E que o silêncio fique quieto ao meu lado
Hoje eu quero que a noite quase não cheque
Só assim terei mais tempo pra me ver.
Hoje espero que meu suor seja doce
E que minha loucura seja a mais forte
Mas também espero que algum dia ela passe
Hoje eu quero que os pássaros voem comigo
Quero ir pra longe, pr’eu chorar
E nem ver que meus olhos estão feridos
Assim como minha alma que esta despedaçada
Hoje eu quero voar alto, e soltar gritos.
Eu quero que hoje seja especial
Um simples dia ou até mesmo sem nada.
Hoje eu quero ser estrela.
Quero ser a música dos ventos.
Hoje eu quero tudo o que me foi prometido
Hoje eu quero ver os fins dos tempos,
Hoje eu quero que meus amigos estejam comigo
E que meus pais me abracem pela última vez
Porque sem estes, eu serei apenas pó.
Eu serei o pó, que do pó me fez.



José Borges.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ao meu amigo poeta.

És forte o poeta que escreve
porque ultrapassa sua dor como navalha
e se lança sem medo ao abismo
e se joga pelos cantos, se espalha.

És grande o seu desejo de encontrar
um amor de verdade num outro ser
que mesmo ferido tantas vezes
não deixou que isso pudesse lhe enfraquecer.

És homem feroz este poeta cansado
porque abdicou de tudo o que lhe foi dado
e se dedicou somente a sua jornada
procurando um outro poeta apaixonado.

És puro aquele senhor de muitas linhas
que foi sempre poeta e sonhador
e que deixou segredos a descobrirem
mas que nunca encontrou seu verdadeiro amor.


José Borges.

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Queridas ondas.



Se não fosse às ondas que arrastam essas mágoas
Nem sei que seria de mim e de minhas paixões
Pois é o mar quem me renova somente em vê-lo
E me concede um sentimento diferente das ilusões.

Se não fosse aquele céu azul que vejo pela manhã
Minhas manhãs seriam mortas e entristecidas
Meus dias seriam séculos passados a limpo
E entre tantas histórias renasceriam feridas.

Se eu não estivesse tão cansado e triste
Eu até me entregaria ao mundo que me cerca
Mas não vou arriscar meu orgulho e caminho
Vou me cuidar, antes que eu também me perca.

Se não fosse aquele mar grandioso
Eu me sentiria tão pequeno, mas não menos importante,
Se não bastassem aquelas mágoas
O mar levou muitas outras coisas importantes.

Se eu tivesse ficado um pouco mais quieto
Talvez nem precisasse agora chorar
Mas Já que as ondas vão e voltam
Quem sabe um dia eu possa me encontrar.


José Borges.
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domingo, 4 de abril de 2010

As sombras da visão.

Deixa eu te acompanhar nessa noite
Por um passeio entre nosso passado
Deixa eu te falar o que sempre quis
E você verá que eu não estava errado
Deixa nossa conversar sair livre
Assim veremos até onde eu posso chegar
Deixa nossa tristeza de lado
Pra quem sabe podermos sonhar
Deixa tudo que não for preciso
E vamos ligeiramente se emocionar
Deixa essa intuição ir embora
Não precisamos nos precipitar
Deixa que tudo aconteça de improviso
Assim não haveremos de se contrariar
Deixa os pensamentos de lado
E vamos curtir um pouco da ilusão
Deixa seus olhos fechados
E veja as sombras da visão
Deixa de ficar perdendo tempo
Com coisas difíceis de entender
Deixa o vento soprando lento
Os ventos que vêem até você
Deixa meu silêncio servir de grito
Pois não tenha forças pra sussurrar
Deixa nossas fantasias morrerem
Antes que agente possa acordar
Deixa essa historia que só verdade
É quem poderá nos salvar
Deixa que um a serenidade
Irá te acompanhar como eu fiz
Deixa que um dia toda essa formalidade
Não passara de passatempo
Deixa que logo essa insanidade
Vai lhe curar a dor por dentro
Deixa que o final dessa aventura
Vai nos causar amadurecimento.


José Borges.
,

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os verdadeiros.



Os verdadeiros sorrisos
São raios de luz ofuscantes
Os verdadeiros abraços
São daqueles sufocantes
Os verdadeiros desejos
São fantasias fascinantes.

Os verdadeiros amores
São aqueles alucinantes
Os verdadeiros versos
São meios de iniciantes
Os verdadeiros segredos
São os mais relevantes
Os verdadeiros amigos
São hoje os mais distantes.


José Borges.

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dentro de mim.

Nunca senti uma dor tão forte
Como essa dentro de mim
É uma dor viva e rasante
Que parece não ter fim
Não pensei que a verdade
Doesse tanto assim.

Nunca tive tanto medo
Como esse dentro de mim
É um medo que me cala
Nunca sentir algo assim
Acho que não serei o mesmo
Quando isso tudo tiver fim.


José Borges.
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