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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Nem tudo vale a pena.

Não quero ultrapassar fronteiras
Nem vou me envolver em guerras
Pois nem tudo vale a pena.

De quê adianta tanta confusão
Se o que nos espera é uma interrogação?
Não quero mudar minha rotina
Nem vou me curvar diante de ti.
O chão está sujo demais.
Por onde você andou?

Nós estamos tão próximos, paradoxos.
Dois completos mundos, pequenos.

E hoje a guerra no peito
A alma pairando
O corpo cansado
A mente pensando
Os cabelos caindo
E a vida passando...

Não quero amar outra vez
Quero amar como se fosse a primeira vez que amo.
Sendo assim o amor será um mistério
E será delicioso, e puro, ingênuo e preciso...



José Borges.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quem é capaz?

E mais uma vez me questiono
Imagino quem fui, quem sou, e o que serei
Tenho recordações duvidas e planos
Mais estou certo que nunca me entenderei.

Quem é capaz disso
Quem conseguiu tal proeza
Acho que sem a duvida ninguém vive!
Como dizem ’’a duvida é o preço da pureza’’.

O que me reserva o destino?
Como serão meus dias?
Talvez noites de chuva
Talvez madrugadas frias
Mais ainda espero que com as lutas
Venham também muitas alegrias.


Juan Patrick.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Exemplo errado.

Sinto que as noites já não são mais tão violentas
E que as estrelas me olham com um jeito mais sincero
Olham-me como eu fosse parte delas, e eu as nego.
Tenho medo em acreditar na minha própria visão
E a noite vem, e se vai, e tudo parece mudado.

Amanhece em mim um novo dia
Mas percebo que esse é um dia estranho.
Eis um dia escuro e violento.
Quão triste está o céu
Está triste com as estrelas
Elas estão em guerra
E espadas de luz cortam o céu
E cai sobre mim um sangue azul
Que me cobre o rosto como se fosse meu sangue
E as estrelas continuam em guerra.

Agora sei o porquê que elas me olhavam estranhas
Elas sabiam que eu seria a única testemunha
Eu seria aquele que viu o céu sangrar
Mas mesmo assim não poderia fazer nada
Agora sei que estava certo em negar as estrelas
Talvez desde o início elas quisessem me usar.

Anoitece, e para onde eu olho só vejo escombros,
Ouço algumas estrelas agonizando, e morrendo,
Corpos espedaçados pelas espadas ditas divinas
Feixes de luz que rapidamente se apagam
E tudo parece realmente está mudado.

As noites hoje já não têm estrelas brilhando no céu
Pois as que não foram mortas, estão apagadas,
E o céu já não é mesmo que foi um dia
Ele também foi ferido e magoado, hoje vive escondido,
Creio que tenha medo das estrelas e das espadas.

E assim aconteceu que as estrelas invejaram os homens
De tanto elas os vêem praticando seus jogos.
Inocentes estrelas que agora estão como seus ídolos
Mortas, espedaçadas ou feridas,
E as que sobraram também serão coroadas
Com a honra de serem esquecidas...



José Borges.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Universo

Estou te escrevendo caro universo que habito
Pois preciso muito lhe cumprimentar
Sei que nem todas as palavras que conheces
Serão aqui utilizadas, pois sou falho em letras
Assim como sou falho em quase tudo que pratico
Porém, receba minhas linhas com carinho
Elas têm total admiração pela perfeição
E tu eis o grande mundo dos mundos
Eis perfeito como a sombra de minhas palavras
Palavras que ecoam dentro de mim
E que seguem um rumo em busca do desconhecido
Que buscam assim como eu um abrigo
Universo que me engole como se eu fosse um vinho
Universo que transborda alegrias infinitas
Preciso de teu abrigo mais secreto
Estou fugindo da fera das montanhas
Estou fugindo de mim mesmo
Já faz dias que procuro um lugar
Mas só encontrei este papel e este lápis
E apenas um endereço certo: a imensidão
Estou cansado e ferido com um simples animal
Carente de tudo inclusive de mim mesmo
Sou tão falho no meu silêncio
Que nos meus sonhos esvoaçam gritos pela amplidão
E meus gemidos de dor são como estas letras
Distorcidas, imperfeitas, incorretas e estranhas
Por isso te escrevo, perdoe meus sonhos
Perdoe minhas letras e também minhas palavras...


José Borges.

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Vida Real.

Tudo esta tranquilo
Tudo em seu lugar
Quem sabe agora seja a calmaria
Quem sabe eu possa descansar
Sem preocupar-me com os medos
Que parece que decidiram se afastar.

Agora não tenho mais pressa
O tempo agora é meu amigo
Talvez nada de ruim aconteça
Talvez não aja mais perigo
Encontrei o descanso pra minha cabeça
E pro coração encontrei abrigo.

Agora posso dormir
Agora posso sonhar
Sem ter medo de pesadelos
Sem ter medo de chorar
Vou seguir aqueles velhos conselhos
E pra sempre vou te amar.

Mais espere o que aconteceu?
Abri os olhos e tudo se desfez
Já entendi, voltei pra vida real
Estava sonhando outra vez.


Juan Patrick.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estranha direção.

Relembrando o passado sentado num recanto
Começo a pensar naqueles que me olhavam
Hoje estão tão distantes assim como eu
Assim como eu ando triste e tropeçando
Meio abandonado e procurando chão
Lembrando o que esqueci há tempos
Caminhando numa estranha direção.

Sou capaz até te lembrar lembranças mortas
Paginas de historias que escrevi em vão
Momentos e horas passadas em pleno cansaço
Num estresse fatal que me levou ao que sou
Ao vazio que me sobrepõe sem razão
Ao vínculo ditado entre o sol e a luz
Entre o calor e frio da noite
Como se eu carregasse uma cruz.

Pensando em como evitar o futuro
Concluo que o melhor é enfrentá-lo
Mesmo que eu esteja sem armas
Não posso sempre querer fugir
Preciso ver de perto a dor da batalha
Precisa sentir a navalha no coração
A solidão me mostrou o quanto tudo vale a pena
Não existem motivos pra minha aflição
Os caminhos novos que aparecem
Me mostram uma nova direção...


José Borges.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Folhas secas.

Enquanto à noite chega, as folhas caem
E o chão fica recheado de coisa morta
Coisa velha e sem cor
E eu piso nesse chão como se duvidasse
Duvidasse que ele estivesse morto
E piso nestas folhas mortas
E morro de medo de pensar
Que elas tiveram vida
Mas a noite chegou, adeus vida.

Vejo um caminho feito de pedras
E nas pedras as sombras
E nas sombras as lágrimas
E nas lágrimas a saudade
E na saudade o amor
E no amor a esperança
Que a noite não chegue
E no silêncio o aviso
E no aviso as folhas
Todas mortas.

No alto dos galhos não sobrou nada
Até as pequenas folhas caíram
Vieram para debaixo de meus pés
E eu sem medo e sem querer
Esmaguei-as como se fossem meu amor
Sem querer era amor
Amor pelas folhas secas
Folhas vivas que não quis notar
Caminhos distantes de mim
Folhas mortas por mim
Noites esperadas em silêncio
Como medo da chegada do fim.

E o fim veio, ficou e passou
E o inicio passou, veio e ficou
E o instante ficou, veio e passou
Assim como as folhas mortas do quintal
Ou como a aperto de mão na noite de natal
Folhas que piso e que mato
Folhas mortas que piso
Secas, mortas
Só isso...


José Borges.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Antes de você.

E agora o que será?
Haverá cura para teu ferimento
Ou você vai deixá-lo assim,
Exposto como o teu silêncio?

Será que está bem?
Espero que diferente de mim
Pois estou em lágrimas
Numa nascente sem fim.

Onde está você nesse momento?
Nem atendeu ao telefone
Será que não está mais sólida?
Sempre que acho, você some.

Aonde que o vento te levou?
Para onde ele levou teu cheiro
Que era tudo que me restava
Teu cheiro, passageiro.

E agora o que será?
Quem vai ler meus gestos
Quem vai te aconselhar
Onde iremos guardar nossos objetos?

O que será?
Agora você não é como antes
Nem o vento que te levou será o mesmo
Talvez o amanhã fique mais distante.

O que irá fazer agora?
Alguns amigos não são os mesmos
Acho que nunca foram
Quem ditará os termos?

E agora o que será?
Será como antes de tudo
Como está sendo agora
Ou será apenas futuro?


José Borges.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A névoa.

Vá com calma meu senhor
Pode ser que esse não seja o seu trem
Sente-se mais um pouco nesse velho banco
Há muito tempo que nele não senta ninguém.

Tenha paciência sei que precisa partir
Sei que há muito tempo queres fazer isso
Só peso que deixe pelo menos tua lembrança
Sei que sua pele está velha e cansada
Que seus cabelos estão brancos
Brancos assim como a névoa da madrugada.

Tenha paciência ainda precisamos conversar.
Lembra de quando eu me perdia nas palavras?
Lembra de como eu gostava de ficar em silêncio
Pois em silêncio eu podia ouvir melhor seus ensinamentos
Pois eu era o aluno que ficava em silêncio.

Deixe-me sentar-se ao seu lado
Vou esperar que a máquina cheque
Vou esperar que a máquina passe
Vou ficar sentado nesse banco
Por que nem quero lembrar sua ausência
Quero apenas lembrar suas mãos em minhas mãos
Prefiro não ver mais as madrugadas
Elas me lembram algo estranho
Elas me lembram o fim.

A luz está cheia e as noites vazias como eu
Meu velho, meu velho e velho, o que sobrou
Hoje não durmo mais sem antes chorar
Será que alguém já esqueceu?
Largue aquele lenço encharcado de lágrimas
Deixe o tempo sana sua alma
E deixe sua alma leve como o vento
Ouça, mas tudo bem são meus passos nas escadas.

Olhe, agora é minha vez
Já demorei demais nesse banco
Ouço que meu trem se aproxima
Assim como tu fizestes um dia meu velho
Eu também estou com as madrugadas na cabeça
Foi tão rápido o ontem, o hoje, o amanhã.
E antes que eu esqueça
Obrigado pelas flores
Meu velho.


José Borges.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Nada mudou.

Hoje deixei um pouco de lado a maquiagem do dia a dia
Deixei meu tempo livre, só pra lembrar verdadeiramente quem sou
Agora estou certo que tudo tem seu lado ruim
Tudo mascarado, nada mudou.

O que me remete pensar?
Sé nem o que penso sou capaz de entender
Sou culpado por ter tanta imaginação
Mais inocente pó não há desobedecer.

Acordado imagino
Porque as palavras me trazem dor
Talvez por culpa do destino
Talvez por culpa desse meu amor.


Juan Patrick.