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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O que houve meu Brasil?


Pelos meus amores passados
E pela dúvida dos que virão
Pelas almas desamparadas
E pelos poucos que viverão
Faço honras aos senhores
E aos donos dessa nação:

O que houve meu Brasil
O que será que aconteceu
Há muito não te reconheço
Não se lembra mais de Deus?

O que houve meu país
Porque decidiu se calar
Não vê que isso esta errado
Precisamos acordar,
O que será de nossas crianças
Que ninguém quer salvar?

Pelos que morreram sonhando
Um futuro de igual
Pelos que ainda lutam
Por um prestigio social,
E pelos descamisados
Que nunca nos fizeram mal.

O que houve meu Brasil
Não se deixe amordaçar!
Resista aos interesses
Não se deixe enganar.
(onde estão os jovens?)
O que houve meu país
Aonde tu queres chegar?


José Borges Neto.

domingo, 26 de setembro de 2010

Levado pela vida.



Eu que era menino travesso
E gostava de brincar com a vida
Agora sei como a banda toca
Sei por que a areia é movediça.

Eu que era garoto sem chance
Hoje sou pescador de mentiras
E não posso negar minha idéia
Caso contrario sou esquerdista.

Eu que duvidei de mim mesmo
E busquei resposta quando devia ouvir
Fiz juras de amor que jamais pude provar
Até quando eu chorei, tive vontade de sorrir.

Eu que até ontem acreditava
Ter vários amigos pra confiar
Aprendi que só tenho
Um irmão(mais velho) pra me abraçar
E a este amigo dedico os versos
Que do nada vão se encontrar.

Eu que era criança boba
Nem poderia imaginar
Que a quem eu dei a mão
Um dia iria me derrubar.

Eu que me orgulho de meu orgulho
Não tenho receios de quem se foi
Muito menos de quem ainda se vai,
Respeito meus inimigos
E os amigos muito mais,
O problema são os falsos
Que estampam os jornais.

Eu que fui tão homem quanto Cristo
Que mesmo traído, humilhado e crucificado,
Soube dar perdão aos desesperados
Atenção aos aflitos, água aos sedentos,
Coragem aos pequenos, virtude aos grandes,
Amor aos carentes, e fé aos perdidos.

Eu que mesmo homem simples
Menino, moleque, criança, feto,
Tão pequeno quanto um grão de nada
Perdido no mundo que não pára de girar,
Fui mais do que um poema
Fui um barco sobre o mar.


José Borges Neto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Loucura sem nome.



Tenho fome de poesia,
Fome de versos
De improvisos.
Tenho sede de sangue
Pelas veias vazias,
Loucura sem nome
Ora tristeza, ora alegria.

Tenho medo dos deuses
Do inferno, do céu,
Além da terra
E de seus infiéis,
Temo a sabedoria
A fúria dos menestréis.

Doe-me quando vejo
A poesia se desviar
Existem tantos poetas
E ninguém pra poetizar,
Tenho medo do inicio
E de como vai terminar
Temo que a poesia
Um dia chegue a acabar.

- E o que será de mim
Se isso acontecer?
O que será do amor
Que precisa do poema
Pra sobreviver? -


(Tenho receio que o amanhã
Não me deixa amar).


José Borges Neto.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ser capaz e ser feliz.




De vez em quando estamos sozinhos
Mais sozinho ninguém é capaz
Há tantas decepções dolorosas
Há tantas que nem lembramos mas
O importante e ser feliz
O que passou ficou pra traz.

Temos que ser fortes
Pra curar dores que o tempo não consegue apagar
Nem sempre os sonhos se realizam
Nem sempre conseguiremos os alcançar
Por isso um passo de cada vez
Para não tropeçar
E pra que os mares de lagrimas
Não consigam nos afogar.

Ser forte é preciso
É preciso saber chorar
A vida não é feita só de sorrisos
Tristezas tendem a nos machucar
E se acaso cairmos
Nossos amigos e família existem para nos levantar
Em qualquer situação
A qualquer hora e lugar.

É preciso viver
É preciso sonhar
É preciso perder
É preciso ganhar
Pra que no final de nossas vidas
Exista alguma história pra se contar.



Juan Patrick.

Amar como se não houvesse amanha.




Somos reflexo de nosso pensamento
Já diria o pensador
Mais o que o mundo nos reflete?
Guerras, tristezas e muita dor
Só semeando bem nossa vida
Poderá florescer o amor.

Muitos vivem isolados
Sozinhos sem direção
Pelas suas famílias abandonados
Sem justiça nem perdão
E ainda assim vivem calados
Tentando juntar os pedaços
Do que restou de um coração.

Pra tudo existem dois lados
Como os lados de uma maça
Se hoje a noite for escura
O sol chegara pela manha
Por isso eu escolho o lado do amor
Você também pode amar sem temor
Como se não houvesse amanha.




Juan Patrick.

Mulheres.




Existem pinturas
Que nos arrebatam a visão
Existem poemas
Que tocam nosso coração
Mais tem coisa que é feita
Criada para ser perfeita
Sem igualdade nem comparação.

Trazem o luar nos olhos
O por de sol no olhar
Carregam a na boca uma tempestade
No beijo, a calmaria do mar
Estrela tirada da sua constelação
Para aqui na terra brilhar.

Ser que caiu do céu
Que de nos faz o que quer
Nunca a de ser superada
Pode vir o que vier
Feita pelas mãos do criador
Um ser coberto de amor
Que todos chamam de mulher.



Juan Patrick.

domingo, 19 de setembro de 2010

Poema, poeminha.



Queria escrever algo
Realmente completo
Acabei por não conseguir
Fiz um poema patético.

Depois fui revê-lo
Já mofado e velho
Peguei-o com nojo
Se fazendo em farelo.

Quase não o li
De tão envergonhado,
Afinal aquilo era um filho
Que deixei abandonado.

O deixei trancado
Inacabado como eu,
Um poema de amor
Que ninguém nunca leu.

Quando fiz o poeminha
Não poderia imaginar
Que depois de tanto tempo
Ele iria se completar.


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dane-se o mundo.



Que se dane o mundo
Dane-se tudo,
Dane-se você
Nós, vós, eles,
Dane-se toda hora
Até não querer mais.

Dane-se a vida
Que hoje não serve
Dane-se o céu
Que me causa inveja
Pela sua imensidão,
Dane-se a terra
Que me causa medo
Pela sua criação.

Que se dane os livros
Os poetas, os versos.
Dane-se tudo,
Tudo mesmo.

Que se dane o amor,
Também a paixão
Danem-se as formigas
Que cortam meu corpo.
Dane-se o erotismo
(que me domina)
As fadas, e os anjos.

Que se dane a morte
Viúva negra do terror.
Dane-se teu ódio
Teu perfume,
Teu amor.
Dane-se o passado
o futuro, e o que virá.

Que se dane a razão
Causadora de tanta dor.
Dane-se a esperança
Dane-se quem quiser
Danem-se amigos
Danem-se, por favor.


José Borges Neto.
,

Cartas de amor.



Você é o amanhecer
A mais linda canção
Que alegra minha vida
E me tira da solidão
Deixando cada vez mais feliz
O meu triste coração.

Falo assim de ti
E nada sei explicar
Nem no mais lindo Oasis
Nem no mais cristalino mar
Nem mesmo a mais linda constelação
Brilha mais que seu olhar.

Minha linda primavera
Meu jardim cheio de cor
Teu olhar me aquieta a alma
Teu beijo me traz calor
E nessa essência me perco
E é para ti que escrevo
Essas cartas de amor.


Juan Patrick.

Confissões.

Confesso que hoje é um dos piores dias de minha vida, não que ele seja diferente, mas sim porque é igual a tantos outros que já passaram, porém, lembro como se nunca tivesse passado o tempo. É algo novo a cada instante, mas ainda assim tenho a sensação de que nada me é estranho. Conheço cada cantinho, conheço quase tudo.

Confesso que cheguei a acreditar que estivesse morto, mas a dor que sinto na alma me faz perceber que ainda estou muito vivo. Muito mesmo. Tenho sempre aquela leve impressão de desconforto, como se alguém me roesse os pés, me devorasse o cérebro. Sinto o silêncio balançar minha rede pra lá, e pra cá. Sinto minhas mãos envelhecerem e a cada dia ficarem mais fracas e submissas. Sinto os vermes me tomando. eu ainda vivo sirvo de prato.

Confesso que jamais imaginaria chegar tão perto de descobrir o segredo do universo, mas também nunca imaginei que fosse tão fraco ao ponto de me deixar abalar por uma simples dor crônica.

E que dor sentia eu:
por não ser gênio
por não ser Dom
por não ter carrapatos
nem cantar num certo tom.

Confesso que demorei mais ou menos um século e meio pra enxergar a verdade que se vestia em minha frente, quando conclui tal descoberta me senti completo. Depois, quando quis entender minha complexidade, me senti tão vazio, mais tão vazio quanto um universo desconhecido. Afinal, já não me surpreendia qualquer coisa desse tipo, não me era algo de estranhar. Aprendi a muito tempo, que não podemos simplesmente acreditar. Por trás das cortinas do palco, existe muita arte pra se mostrar.


José Borges Neto.
,

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quando. (Nada mais)



Quando se tem bons sonhos
nem um mundo físico parece ser opção,
nada nos interessa senão a cama, a rede, o silêncio
ou o abraço de quem compartilha o instante vivido.

Quando se tem bons planos
nenhum desafio é grande o suficiente,
tudo pode ser facilmente superado
e num piscar de olhos, chegamos lá.

Quando se tem bons vinhos
nenhum mal nos chega a perturbar,
simplesmente bebemos, dançamos, e se vai
qualquer estresse ou rancor que tenhamos passado.

Quando se tem bons amigos
se tem tudo, e ao mesmo tempo
tem-se aquele medo de não termos nada,
tem-se realmente o que existe de mais belo.

Quando se tem bons túmulos
não importa como, a morte é bem vinda
ainda que seja algo tão comum, é inesperada
e toca tanto quanto a solidão em vida.

Quando se tem bons olhos
não precisa-se de falsos profetas,
basta olhar, ver, engolir as pressas
tudo o que aparece, basta entender.

Quando se tem bons desejos
infligem-se regras, despensa normas
e se vai a procura do que lhes encarna,
brinca-se de sexo e não lembra depois.

Quando se tem boas músicas
a mente fica quase que morta,
e a alma voa, o inferno sobe e o céu cai.
No final, boca sedenta esbraveja por mais.


José Borges Neto.
,

domingo, 12 de setembro de 2010

Coisas que aprendi.



Não me espanta mais as verdades
muito menos as mentiras,
além de não serem novas
são fúteis e desprovidas
de tudo que é belo
assim como nossa vida.

Não me causa o medo
qualquer mal realmente,
já o conheço desde menino
em passado, futuro, presente,
pode até parecer estranho
mas o medo é um ser carente

(, Que inveja os felizes
por desejar sua felicidade,
mas ele não faz isso
por dinheiro ou maldade
o medo é um cego
que anda só pela cidade.)

Não me é difícil entender
que os amores passam,
e mesmo sendo triste
se vão e não voltam,
e o silencio é quem fica
para consolar os que sobram.

Não me surpreende os amigos
que se esquecem de mim,
sei que eles estão ocupados
com coisas novas, assim
buscam novas idéias
para revolucionar nosso fim.

Não me entristece o egoísmo
pois aprendi a conviver
com vários tipos de pessoas
e gêneros de desprazer,
cinéticas molduras
que não conseguem se ver.

Não me é bastante o amor
que mesmo sendo eterno
dura pouco e é sofrido,
além de ser imaculado
contundente sem ponto,
não é compreendido.


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Encontro com o espelho.



O que houve comigo
não me encontro mais no espelho,
perdi minh’alma para não sei quem
estou cada dia mais triste, e sozinho
com uma paixão que me domina
mas que não passa de um desejo
um tesão forte que enlouquece,
um prazer desenfreado
que não sei controlar,
o que houve comigo
que me deixei levar?

Culpa do teu sorriso
que chega macio aos meus olhos
e toca fundo meu coração,
culpa desse teu corpo suado
que me compra, me vende, me trai,
culpa desse teu jeitinho
(aquele que só eu e você conhecemos)
que me trás esperança.

O que será de mim Deus?
o que será? Não vê o que sinto?
Não sente o meu coração se despedaçar
em cada gesto, em cada olhar passageiro...
E o que resta de mim, senão o ódio
e o rancor de quem não se encontra no espelho.

Ah, se eu pudesse me mudaria pra outro sistema solar,
pra longe de tudo, e de todos, me desconectar.
O que houve comigo essa noite
que acabei chorando enquanto pensava com ti,
o que será de mim quando o amor acabar?
e se ele nunca acabar, o que será de mim?


José Borges Neto.
,

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sinais.


O que foi
saudade
agora
é tarde
já passou.

outro sol
noutro dia
ilumina
transborda
emoção
fingida
ilusão.

ausência
medrosa
apavora
prende
acende
sinais
na frente
dizendo
direção.

o que foi
o que é?
o que ouve
o que virá?
ninguém viu
nem vê
nem verá.
será...?


José Borges Neto.
,

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um surto.



Só de imaginar fico louco
não consigo entender;
os bons são poucos
e os maus tem pra vender.

Só de pensar eu surto
perco logo a noção
são muitos os números
pra decorar uma ligação,
isso é moderno?
ou é contramão?

Ninguém se reconhece mais
se perderam dentro de si;
os irmãos se odeiam
os amigos se detestam
os vizinhos brigam
e os amores não conversam.

E o sol brilha no horizonte
anunciando um novo dia
igual a tantos outros
com a mesma agonia
- and tomorrow you will see
I just wish her well
I just loved you.


José Borges Neto.
,

Gato grego.



Gato preto
chamado de grego
mas que não é assim,

filho de uma mãe
de um filho, de um pai.
Gatinho preto e branco
que não confia em mim

junte teus pêlos
e saia daqui,
preciso de silêncio
e você não serve
pro trabalho de servi.

Gato grego moreno
animal de estimação,
gatinho carinhoso
não arranhe minha mão
sem elas não farei o verso
pra descrever essa situação:

gato grego
preto e branco,
pseudo-romano,
onde está você
gatinho tirano?


José Borges Neto.

Plácido .



Quero abraçar o mundo, o céu e o mar,
quero dormir contigo, te abraçar.
quero passear pela noite
aqui ou em qualquer lugar
o importante não é onde
mas sim com quem será,
quero você ao meu lado
e não vou descansar,
quero teu doce cheiro
em meu corpo tatuar.

Quero tua cara molhada
sobre meu peito plácido,
tuas meias bordadas
tuas manias de ruas,
quero teu jeito criança
pra me fazer rir,
quero brincar de erros
e também me descobrir,
com você quero tudo
que possa existir.

Quero dançar samba reggae
até não me sentir mais
com você quero bossa,
rock, punk, Deus e Satanás,
quero teu corpo,
tchê!
com você eu fico em paz.

Quero ser correto, ou errado
o que precisar, pra mim o que importa
é se você vai me amar,
não quero promessas
nem conversas de esquinas,
não quero falsos planos
nem ser garoto de modinhas,
não quero amigo falso
nem inimigo verdadeiro,
eu só quero ser feliz
e abraçar o mundo inteiro.


José Borges Neto.
,

Deve haver explicação.




Meu discurso não mais te encanta
nem minhas mãos não te tocam,
meus pés não mais te seguem
nem meus desejos te cercam.

Tudo muda,
algo escorre (é sangue)
mas de quem? (nosso talvez)
mas deve haver explicação
nada acontece assim.
Sei que a vida é um acaso
mas nem sempre tem esse fim.

Cada gesto é um gesto
cada abraço um perdão,
se Deus desfila no carnaval
vamos rezar com devoção,
é hora de juntar os pratos
vamos dar as mãos...


José Borges Neto.
,

sábado, 4 de setembro de 2010

É quase sempre assim.



Mãe, se qualquer dia desses ninguém me encontrar,
não se preocupe, eu estarei em algum lugar
procurando respostas para o que sinto,
estarei me perdendo por ai, andando sem rumo
viajando entre os planetas, perdido no espaço
feito criança pequena lendo um jornal,
(peça chave de um quebra cabeça)
eu estarei sozinho pensando ser normal.

Mãe, se meus amigos ligarem
não precisa tentar me avisar, pois eles sabem
que se forem bons amigos irão me procurar
e mesmo que não encontrem, não vão desistir,
por que eu nunca desisti deles, nem dos fracos.
Sempre que um caia, eu pedia pra insistir,
(o problema é que ninguém é perfeito)
e se hoje chegamos, amanhã vamos partir.

Mãe, caso alguém queira saber noticias de mim,
invente uma historia, diz que estou no camarim
retocando a maquiagem, relendo o roteiro
me preparando para o espetáculo,
diz que estou triste, não quero conversar
diz que é quase hora do show, não posso me atrasar
(o circo não deixa os personagens viverem)
só você sabe mãe, o quanto é difícil continuar...


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seguindo o tempo.


Sigo rumores e promessas de um dia melhor
procurando não me perder
mas é difícil, são tantos caminhos a seguir
todos parecem certos, mas não pode se distrair
a todo o momento as pessoas mudam
e novos desafios podem surgir.

Fico observando o tempo que ficou pra trás
cheio de sonhos e planos
ousados, mas que não se realizaram
e agora de nada servem, perderam-se no vazio
buscando alguém para saciá-los.

E Deus olha tudo a distância
sorrindo, coberto com flores e plumas,
entre cálices, Vênus, terra e sol.

José Borges Neto.
,