Minha doce, nada mole vida.
O que sou comparado a eternidade?
Sou um momento apenas.
O que faço se me resta a saudade?
Eu me lembro dos momentos.
Os segundos de amizade
Os eternos abraços.
Doce e amargurada vida
Não tenho nada para lhe dar
A não ser o que sou.
Minha amiga.
O que sou?
Sinceramente não sou nada
Ou sou tanto que não sou capaz de entender.
Encontrei atalhos nessa caminhada
Ignorei todos, prefiro ter o gosto de viver.
Prefiro não ser o que me dizem
Quero ser o que não sou.
O que sou?
Talvez, um louco, um cego, um mudo, um surdo
Sou um tudo.
Meio quase perto do fim.
Sou o raio de luz que entra pela janela
Sou a porta para a alegria
Sou o que vejo, que ironia.
Quem será aquela?
Aquela que passa e não me ver
Aquela que não sabe viver.
Os dias são tristes
As noites, frias.
E eu no meio de tanto tolice
Desfazendo minhas agonias.
Encantado com o que sou
Vendo o que passou.
Andei por tantos cantos da terra
Que pra terra serei mais um pó
Fui descendo os montes e serras
Andando quase sempre só.
Não nego minhas visões
Alucinações. Canções.
Admiro a morte.
Admiro muito mais a vida
Que é quem me deixa viver.
Me encontro e me perco
Mas nunca paro.
Entre nos dois existem duas vidas
Todas duas perdidas.
José Borges.
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