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sábado, 30 de janeiro de 2010

Velho amigo.

Ah que saudade do meu velho amigo
De horas tantas, em pleno sol
De horas tantas, em plena noite
Onde está você agora meu amigo?

Será que é verdade que você me deixou
Por que faz tempo que agente não conversa
Por que faz tempo que não percebo teu silencio
Será mesmo que você me deixou?

Sinto saudades do teu riso franco
Das tuas horas tristes
Das minhas horas tristes
Onde está aquele velho sorriso franco?

Ah meu amigo, a onde fostes?
A meu velho, porque fostes?

Se ainda me entender lembre comigo
Lembre de como agente se divertia
Lembre de como você me divertia
Será que você não que mais papo comigo?

Lembre-se que eu enxuguei tuas lágrimas
Fui teu melhor amigo e você meu melhor mundo
Fui tua sombra, e você foi meu tudo
Será que você está derramando lágrimas?

E agora, será que tem alguém assim como eu
Para te ajudar, te secar o rosto
Para te tocar, e sentir o teu rosto
Eu seria tua carne, mas o que seria meu?

Meu velho amigo cadê nossos sonhos
Será que eles se foram assim como as estrelas
Será que você está sozinho vendo as estrelas
Ou será que as estrelas são nossos sonhos?

Meu irmão, meu amigo, meu sacrifício
Meu chão, meu céu, meu mar
Meu orgulho, meus olhos, meu inicio
Meu signo, meu sangue, meu sonhar
Onde será que vive esse velho amigo
Que até hoje nunca consegui encontrar?



José Borges.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Você na lista.

Antes que você pudesse acordar
Alguém já tinha traçado seu dia
Ditaram regras, coisas desse tipo
Antes que você pudesse respirar
Eles poluíram sua mente de bobagens
Enviaram-lhe até mensagens
Antes que você pudesse acordar.

Isso tudo fizeram apenas pra chamar atenção
Queriam ter audiência, é isso na televisão
Nem ligam para o que você escreve
Eles não querem saber de literatura futurista
Querem apenas aditar a lista
Escolher os vencedores antes da largada
Eles querem muito mais do que somos
Eles nem saíram e já estão na linha de chegada.

Pra quê querer saber por que o lixo na rua
Lá também vivem outras coisas
Nós também moramos por lá
Não nós no sentido eu, tu, ele
Nós no sentido homens, mulheres...
Velhos, crianças, cachorros, aparelhos de TV
Todos no lixo, todos assim como você.


José Borges.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Palpite meu.

Se você acha que não é assim
Pare de pensar em como continuar
Se já sabe como será o fim
Pare de adivinhar o que ninguém sabe
Você também sabe tão pouco sobre mim.

Olhe, veja o céu
É um céu rajado de estrelas
Pequenas, cercadas pela escuridão
Olhe, veja aquela sou eu.

Arrisque um palpite sobre o que quero dizer
Pense em qualquer coisa, num avião
Ou num velho fogão a lenha
Pense em como é difícil de entender.

Se você acha que isso não é normal
Vá mais a frente, na loja da esquina
Estão anunciando liquidação
E você pode até sair na capa do jornal.

Olhe, sinto o ar que passa nesse momento
Escute o som do vento, da música do tempo
Sinta como esse momento já passou
E que as lembranças são águas passadas
E as poesias são letras aglomeradas
Num lenço que alguém usou...e jogou.

José Borges.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A aventura acabou.

Enquanto a sombra se esconde
A luz ganha maior espaço
Enquanto a noite se vai num vôo rasante
O dia não chega a dar nenhum passo.

Por motivos alheios ao saber
O pássaro quis levantar vôo
Partiu para longe sem nem saber
Com coragem e com cara de quem nunca errou
Voou alto e firme por entre as frágeis nuvens
Mas em um instante a aventura acabou
Era o vento chegando e logo tudo abalou.

A cada instante tudo fica mais claro
Os seres das trevas não podem sair
A luz apaga o rastro da fumaça
De um trem velho que passou por aqui.

O tempo cala-se quando vê a imensidão
O infinito perturba a meiga ilusão
Já o instante satisfaz a triste escuridão
Que a muito não via sua própria razão.



José Borges.

Vou trancar tudo.

Dane-se louca paixão
Não quero saber de leis
Nem de códigos
Não queira me ensinar a amar
Eu sou o amor.

Caia fora da minha área
Ninguém pode invadir aqui
Só existe espaço pra um cara
E nem tente mentir
Esse cara sou eu.

Com licença mais preciso sair
Já ta na minha hora
Tenho que partir
Mas nem ouse entrar
Vou trancar tudo
Eu sou tudo.

Espero que entenda
Não faço isso por mal
É que sou assim
Um pouco emocional
Um alguém fatal
Eu sou animal.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um fim não é o final.

Ouça-me por um instante
Minhas palavras não são espinhos
Nem flores, e nem promessas
Meus olhos não são caminhos
Minhas idéias podem estar inversas
E tudo que te digo pode não ser real
Talvez nem as certezas sejam certas
Quem sabe o fim não seja o final.

Em pouco tempo
As águas não irão mais correr
Os ventos não irão mais soprar
O infinito talvez nem venha a acontecer
E o silencio nem queira incomodar
Quem sabe alguém esteja esperando
Um raio de luz no céu passar
Mas acreditar em milagres
É algo que não consigo imitar.

Deitar-se sobre cobras no verão
Sei que Todos querem curtir o sol
Mas por que não respeitam a lua?
Vejo a lua como o único farol
Vejo a lua como se fosse uma deusa nua
Vou em direção ao seu lugar
Encontro apenas uma verdade crua
De que quem tanto tenta ser único
Perde-se por qualquer rua.

Olha rápido para o céu
É um pássaro que passa devagar
É uma gota de chuva que cai
O triste é saber que ela vai evaporar
Preste atenção nas nuvens
Notem que elas compõem uma canção
Parecem sinos no céu
E seus sons transmitem emoção
Pra quem conhece a dúvida
Não vou render explicação.


José Borges.

Sem ouvir.

Ouça as vozes ao nosso redor
Escuta o silencio me pedindo perdão
Eu não vou gritar você esta perto
Deve me ouvir sem nenhuma razão
Apenas
Ouça
Palavras
Moça.


José Borges.

Segredo.

Eu até sei que não posso ser como eu quero
Tenho sempre que me evitar, me esconder
Sempre tenho que estar no lugar certo
Um lugar qualquer que fica longe de você.

Se você não vê diferença entre os olhares ao seu redor
É por que você ainda não percebeu minhas lágrimas
Talvez eu precise quem sabe lhe provocar dor
Uma dor secreta e que ninguém precisa saber
Uma dor no peito, no êxtase, e no prazer.

Quem sabe eu nunca lhe diga a verdade
Quem sabe a verdade não seja essa
Espero que isso seja mais que amizade
Espero que ainda sonhe comigo
Ou fique perto sempre que eu quiser
Sempre por toda a eternidade.

Amigos é que hoje ainda somos
Indiscretos e ridículos por não viver
Passageiros tranqüilos e insanos
Expostos ao mundo que nada sabe ter.

Queria ser eu de qualquer maneira
Ao ponto de não saber mais de nada
Ao ponto se ser apenas eu
Sem mentiras sem brincadeira
De verdade ser o que sou
Sem medo dizer pra todo mundo
Que isso sim é amor.


José Borges.

Pra você.

Queria um beijo teu
Um abraço simples
Um aperto de mão
Queria ser teu.

Parece errado
Você esta longe
Você esta triste
Isso não é errado.

Sei o motivo
Dessa sua tristeza
São os outros
Eles não têm motivo.

Buscam o nada
Eu busco você
Mas você não sabe
Não sabe de nada.

Sei pouco
Mas sei que te quero
Que te busco
Só você, não outro.

José Borges.

O momento em que a verdade nasceu.

Existem momentos em nossas vidas
Que o céu parece que vai desabar
O dia torna-se noite e a noite torna-se dia
Até o deserto vira um mar
Já o fogo perde a chama
E não pode mais queimar.

Momentos como esses são ruins
É tanta intranquilidade
Quando alguém pergunta ninguém responde
Ficam todos com cara de falsidade
E as nuvens desenham dragões no céu
Será que alguém está livre pra ver?
Ou Será tudo uma fatalidade?
O acaso não vem ao caso
Quando da verdade se quer saber.

Paciência é o que precisamos
Um pouco de paciência
Mas não vamos vender a alma
Vamos ter um pouco de competência
Sejamos carentes com nós mesmos
Também somos pecadores
Pra quê fingir ter inocência?
Se o véu não esconde nossos horrores.

Chegou o momento de saber
Quem tem razão e quem precisa ter
Cada um com seu argumento
E com defesas diferentes
Mas precisam se proteger
A verdade quando vêm
Não espera hora nem dia
A qualquer momento ela pode aparecer
E tira sem pedir nossa alegria.



José Borges.

Não vou gritar.

O que será que agente quer saber?
O será que ainda precisamos saber?
Se já é bastante humilhante viver
Ainda temos que morrer.

O será que deu no homem
Que destruiu o seu próprio lar
E que mudou seus costumes
E Tem vergonha de falar.

Eu não vou ficar calado
Nem vou gritar sozinho
Eu te quero do meu lado
Vamos pelo mesmo caminho.

Sem ter medo pensar
Nem de agir
Nem de falar
Nem de pedir.

Queremos apenas paz
Só isso é nada mais
Queremos paz
Nada mais.


José Borges.

Moldura.

Um raio de sol
No buraco da fechadura
Um grito qualquer
Numa moldura
Colocada na instante
Com uma forma nua
Linda e fiel
Verde e madura
Rápida e incerta
Verdade e crua.

José Borges.

Imprevisto.

Pra quê falar de amor
Quando não se ama
Pra quê cantar com fervor
Se ninguém escuta
Pra quê enganar a dor
Se ela tanto machuca?

O dia não diz tudo
A noite ainda é certa
O vento passa rápido
O silencio calado
O som ecoado
O tempo parado
O amor rasgado
O sangue derramado
O corpo empurrado
O medo passado
O ódio agregado
O nada provado.


José Borges.

Estacionado.

Parece loucura, mas é só tristeza
Com tanto tempo de batalha
Meu corpo já não responde por si
Dentro de mim é tanta fraqueza
Nem tenho forças para sorrir
E tanto que eu queria
Chegar antes de ela partir.

Mas o trem atrasou
E não pude fazer nada
Estava cansado de correr
Meu pensamento parou
E nem tinha nada pra se fazer.

Já que o motor pifou
Vou estacionar aqui
Talvez eu seja multado
Mas já estou acostumado
Já sei que não posso ir.

Anda comigo e aprenda a mentir
Anda comigo e aprenda ser você
Anda comigo e aprenda ser única
Anda comigo e aprenda ser uma só
Anda comigo e aprenda a amar
Anda comigo sem precisar rimar.


José Borges.

Os homens que desconhecem a vida.

Acreditar que sabemos o porquê de tantas perguntas é deitar-se sobre espinhos envenenados. A sabedoria não é certa e nem é errada para podermos julgar o quanto outro alguém sabe, sabemos pouco sobre como saber.
O conhecimento não acontece por acaso ele tem seu devido tempo, mas não podemos esperar que ele nos encontre, temos que nos encontrar primeiro.

Entender como podemos andar apenas com o nosso querer é entender a mesma coisa de como ficamos sentados. As coisas são mais claras para quem não quer ver. Por isso espero que me entender antes que me entendam.
Acreditar nas promessas de um homem é a mesma tolice de acreditar nas conversas das mulheres. Até a humildade ainda não conheceu o coração dos homens, apenas os homens desconhecem a vida.

Quando pensamos em viver, pensamos em morte como fim. Por isso pense na vida como se você estivesse prestes a perdê-la. Tenha medo e não acredite nos outros, acredite no que você sabe e no que ainda deseja saber.

José Borges.O

Dois passeios.

Se o escuro de convidar para um passeio
Caminhe com cuidado, mas sem medo
Use botas claras, use aquele vestido amarelo
Não ponha óculos escuros eles vão te cegar
Não coloque suas jóias porque vão lhe roubar
Ande na linha, siga o traçado ou vão lhe prender
Ignore os gritos vindos das prisões
Eles podem lhe deixar louca
Podem até acordarem aquelas velhas paixões.

Se a luz de convidar para um passeio
Vá de pés descalços, assim sentira onde pisa
Cuide bem dos cabelos, você pode ir à praia
E o vento com certeza estará por lá
Use um tecido leve para não sentir calor
Se preferir vá sem nada, faça amor
Faça o que quiser, sem medo, por favor.


José Borges.

Discurso do Sopro.

Pode ser que a chuva demore a passar
E que eu me canse antes mesmo de suar
E que o amanhã chegue tão rápido
Mas tão rápido que eu não consiga acompanhar.

Pode tudo ser tão claro
Que eu não possa ver
Pode ainda o silêncio me tomar
Sem antes eu entender.

Talvez eu nem precise entender
Nem ao menos duvidar
A certeza é que não existe certeza
A chuva expõe minha maior fraqueza
O medo de pensar
O medo de dormir
De acordar
De partir
Ficar
Fugir.

Eis aqui amigos
Os versos já escritos
Mas nunca lidos
Nem vistos
Apenas escritos.

Alguns amigos ficaram pra trás
E outros pagaram o preço por andar demais
Mas nunca souberam a verdade
Nunca conviveram em paz.

Nem Drummond nem Vinícius
Nem Clarice, nem Meirelles
Nem o Rei Luiz, nem Patativa
Nem um deles soube parar
Foram mestres em tudo o que fizeram
Foram reis que sempre irão reinar.

Meus versos são diversos
Alguns próximos dos próximos deles
Distantes em forma e razão
Mas tanto faz a poesia não precisa ter razão
Ela nasce por acaso, mas vive por amor
Um poeta sempre tem um grande amor
Que faça chuva ou faça sol
Um poeta sabe usar a dor.

Quem foram os grandes poetas?
E quem serão os grandes poetas?
Todo poeta é igual
Nem um é maior nem menor
Se eles escrevem a poesia
A poesia os escreve também
Antigamente os sábios eram loucos
E hoje são sombras de ninguém.

Eis amigos o esconderijo
Procure logo um abrigo
Por enquanto tem sol
Mas logo vem a chuva
E a visão vai ficar turva
Venha amigo, olhe a curva
Leia a placa, venha.



José Borges.

Desencontro.

Saiba meu bem que um dia eu pensei em desistir
Mas teu olhar era tão chamativo que me seduziu
Decidi ficar e esperar o que ainda podia vir
Sentei-me num canto com meu livro em silêncio
Passaram dias e a chuva sem pedir licença caiu
Encharcou-me por completo e me fez diminuir
Fiquei tão reduzido que tudo agora era mínimo
Até minha esperança diminuiu até sumir
Pensei que não tivesse nada pior
E numa de minhas andadas precisei mentir
Mas era preciso uma mentira pra me salvar
Porém isto foi engano, pois não sei fingir
Vi que a mentira era algo maléfico
Era um pecado que eu não podia me redimir
Fiz promessas atoas imaginando amar
O amor quando chega já tem hora pra partir.


José Borges.

Breve Reflexo de Despedida.

Eu sinto que não sei sentir o que muitas pessoas dizem que sentem, me vejo tão fechado para o que o mundo me oferece, sou como um frágil ser recuado com medo de descobrir mistérios, medo de me descobrir. Sou tão incerto como o vento, não me sinto, mas existo e nem me vejo, mas sei que estou aqui e mesmo assim não faço nada a meu favor apenas me calo quando preciso falar, e falo quando deveria escutar.

Procurei respostas nas perguntas e obtive silêncio, tentei ao máximo encontrar um lugar para que eu pudesse descansar, pois meu corpo precisa de repouso, mas minha alma não se ilude com o que meu exterior ver, por dentro é tão frio, tão suave, tão violento que me provoco medo. Minha vontade de atingir meus limites se limita, não me sequem nem conseguem ser como sou de verdade, eu não me emito e nem tenho pseudo-s, apareço para a vida como sou para mim.

Nos segundos finais de uma canção o mestre ergue os braços e num momento a orquestra se prepara, e logo se silencia, o som se cala. Sou como a música que ecoa no tempo, sou o canto do vento que me cerca, sou a reação da criança ao ver um doce, sou simples demais para querer ser difícil, e nem tenho segredos que não possam ser ouvidos, mas não por mim, espero que saibam fazer isso pela minha pessoa um dia, por que sou tão continuo como o instante.


José Borges.

Apenas você.

Fala como se não tivesse mais tempo
Como se fosse tuas ultimas palavras
Ou tuas ultimas lágrimas, memórias
Fale como se eu estivesse partindo
Como se o céu estivesse prestes a cair
Ou como se você apenas quisesse fugir.

Amanhã acho que não passará de passado
E você onde estará quando isso acontecer?
Talvez você ainda não saiba o que quer
Eu também sei pouco o que busco
Será que estamos perdidos aqui?
Talvez nem o tempo saiba pra onde ir.

Fale apenas o que pode ser preciso
Como se as palavras fossem jóias raras
Jóias perfeitas não podem ser desperdiçadas
Palavras bonitas não precisam de tempo
Elas permanecem nas linhas da vida
Figuras cravadas na alma, ferida.


José Borges.

Ao caro amigo 'Vazio',

Ao longo de uma historia um pouco confusa muitos foram os prantos derramados, as noites mal dormidas, e os dias tristes. Ao longo de minha historia muita coisa aconteceu, muita água jorrada, muita angustia, e pouco, mais muito pouco amor. Percebi de forma cruel como é perceber realmente as coisas, ouve momentos que eu preferia não ter visto nem ouvido falar deles, mas aconteceram e eu não posso mudar.

Entendi que o que eu buscava era difícil de conseguir, mas não impossível. O problema era que eu não tinha tantas forças para lutar por tais coisas, acho que eu até poderia ter lutado e me esforçado muito além do mim, porém creio que tal coisa não era o que eu queria de verdade. Enganei-me muitas vezes por caminhos que escolhi, mas continuei com a mesma coragem de quem estava no caminho certo, pois não tenho medo do erro. Existe uma parte triste, mais muito triste de minha vida, que não cabe nem a eu tentar explicá-la nessas linhas, cabe ao tempo apagá-las. Existiram pessoas, vultos e sombras em minha vida, cada uma teve sua importância, seu momento, algumas reinaram sobre mim, outras ficaram no mesmo tom de visão, as outras menos audaciosas me ouviram.

Ouvi musicas que me satisfaziam, musicas que me encantavam, musicas que me emocionaram, outras nem tanto. Escrevi versos e textos como este, mas nem assim consegui satisfazer minha vontade de expulsar algo pra fora de mim. Sinto que ainda preciso continuar a me espremer, como uma laranja, preciso se sufocado mais ainda. Com tudo, me sinto como o vento, preciso estar solto e livre, sou como as nuvens, mudo de forma em segundos. Acho que deve ser por isso que eu não tenho identidade própria, mas pra quê, todos querem ter isso também. Quis muitas vezes acordar a noite e sair sem ao menos dar noticias, mas não conseguir, estava preso a alguém. Ao nada.

Hoje não quero mais se lembrar de nada, nem esquecer, quero apenas continuar escrevendo e me fazendo a cada instante, me descobrindo a cada letra, me renovando a cada estrofe. Sou como a chuva, como o sol, como a noite, sou como sou.



José Borges.

Ainda é cedo...

Ainda é cedo pra tentar fazer promessas
Posso até ficar tentando me enganar
Mas o que aconteceu ainda está por vir
Ainda a muito pra se falar
O jogo apenas mudou de campo
E nem adiante apelar pra santo
Quem faz aqui um dia vai pagar.

Preste atenção em cada hora que passar
Numas delas sua vida pode se defasar
Em algum momento você perde a atenção
E pode errar sem nem perceber
Mas um erro sempre tem um preço
Uma culpa sempre trará um peso
Num abismo ninguém sabe o que fazer.

Espero que não seja à hora de me esquecer
De você espero muitas coisas que não virão
Mas é preciso sonhar mesmo sem querer
Às vezes é preciso tantas enganações
Como rios de sangue e de lamento
Corrói meu humor, meu pensamento
Destrói minhas poucas emoções.

Estava tão angustiado como sempre estive
Talvez ou pouco mais, ou um pouco menos
Mas estava como não deixaria de ser
Triste, desmotivado e apaixonado
Sem rumo, sem chão pra pisar
Sem luz, sem olhos pra chorar
Sem amor, sem o dom de ser amado.


José Borges.

A raiz desse mal.

Vá leve contigo tudo que agente planejou
Enterre as velhas cartas que eu te mandei falando de amor
Sepulte minhas palavras sobre o quanto de amava
Lembre-se de não lembrar como agente brincava
Se engane longe de mim e não me peça pra ir lhe ver
Acho que esse último aviso finalmente me fez entender
Te amar foi erro que eu quis errar
Foi uma viagem, que eu não quis voltar.

Guarde alguma lembrança de mim
Se puderes me devolva, eu preciso dar um fim
Quero acabar com a raiz desse mal
Sem receios vou dar um ponto final
Só tem certo problema pra resolver
Como vou esquecer se ainda amo você?
Como vou parar de te olhar
Se ainda tenho as noites pra sonhar.

Mas nada disso que eu escrevo vai resolver
São apenas palavras sem nenhum poder.


José Borges.

Conclusão de dois.

Duas noites sem sono
Sem sonhos e sem viver
Dois livros em branco
Sem lápis pra escrever
Duas aves cantando
Sem ninguém entender
Dois corpos vagando
Sem chão pra descer
Duas estrelas brilhando
Sem olhos pra ver
Dois minutos pensando
Sem nada pra dizer
Duas teclas batendo
Sem nada aparecer
Dois mundos girando
Sem nem rota ter
Duas taças sobrando
Sem ninguém pra beber
Dois anzóis boiando
Sem ter nada pra comer
Duas luas brigando
Sem o sol comparecer
Dois rios correndo
Sem rumo e sem prazer
Duas rosas florindo
Sem endereço pra receber.



José Borges.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Meu cantinho.

Meus primeiros passos já foram dados
Já cometi erros, já vivi pecados
Mais nunca pensei em desistir
Pois aprendi a sempre sorrir
Mesmo com meus sentimentos magoados.

Sei que já errei, já fiz alguém sofrer
Mesmo inocente, mesmo sem querer
Mais também já quebrei a cara, e isso me fez aprender
Que o erro não nos para
Nos ensina a viver.

Sei que nessa vida não vivo sozinho
Pois tenho família e amigos que me acompanham nesse caminho
Isso é o que conforta os pensamentos meus
E a cada noite me ajoelho no meu cantinho
Rezo, agradeço e falo bem baixinho
Que essa minha vida não seria nada sem Deus.



Juan Patrick.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Que culpa tenho eu?

O que me diz essa minha mente
Que nunca a consigo entender
Sempre me pede para ser paciente
Mais eu só vejo o tempo correr
E cada dia fico mais inocente
Pois o amor teima em não aparecer.

E que culpa tenho eu?
Se eu me tornei culpado
Por não levar em conta o que aconteceu
E ter continuado parado
Pois no mundo que seu coração me prendeu
Vou morrer abandonado.

Porque eu sou tão desconfiado?
Porque eu perco tanto a noção?
Se eu sempre agi errado
Mesmo sem ter intenção
Talvez isso seja pecado
Ou bobagens do coração.


Juan Patrick.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Retrospectiva.

É hora de uma pequena retrospectiva
Desse ano que passou
Pra que aja expectativa
Pra esse ano que chegou
De tentativa em tentativa
Vou acertando o que não agradou.

Tantas brincadeiras
Por tantas coisas passei
Acordado noites inteiras
E também de noite em noite sonhei
Também rindo das besteiras
Das quais um dia chorei.

Não posso esquecer-me do amor
Esse amor que trago dentro de mim
Que esse ano começou com dor
Pois parecia ter chegado ao fim
Mais se transformou nesse sonho encantador
Pois o sentimento que viveu nela, também viveu em mim.

O ano então acabou
Mais o guardo no coração
Que esse novo que começou
Traga-me muito mais emoção
Pois meu sonho apenas começou
Ainda espero sua realização.


Juan Patrick.