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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Contradição.



Todo o novo é bom
Não engorda e nem faz mal
Não agride não se deprime
Nem te espanta no final.

Toda verdade é pura
Não geme nem se contradiz
Não mata não se muda
Nem se escapa por um triz.

Todos os sonhos são belos
Não produzem dor nem prazer
Não são lá grandes comédias
Nem tão poucos sem querer.

Toda paixão é vida
Não eterna e nem amor
Não existe a primavera
Nem um falso beija-flor.


José Borges Neto.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tudo que é agora.



Longe de tudo que eu imaginava ser eterno
Acompanhado apenas da minha solidão
Releio poemas e refaço sonhos,
Mesmo sabendo que outro tempo virá
E que tudo que é agora
Amanhã outra história será.

Revejo meus passos errados
Deixo os certos de lado.
Vou sozinho por um caminho
Que não me leva a lugar nenhum.
Vou atrás do impossível de cara limpa
Jogando contra o tempo: três, dois, um.

Olho pelo retrovisor na minha testa
E vejo os destroços do presente
E tantos amigos perdidos
Em busca de um paraíso tridimensional.
Ouço vozes rocas e sedentas
Que nunca se afinam no final.

E pela janela é tão bonito o show
Que nem se percebem as terceiras intenções.
Por trás de cada sorriso, falso e fingido
Há sempre um estereotipado, por pura encenação
Insinuando verdades e criando fantasias
Aumentando a síndrome da alienação.

Longe de tudo, e tudo longe
De quem partiu pra não mais voltar,
Do lado da saudade eterna
E da lembrança que não pára de gritar.
Longe de todos, e todos bem longe
Bem perto de qualquer lugar.



José Borges Neto.