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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Perdido no tempo.



Todos os meses do ano
Todos os anos da década
Todas as décados do século
Todos os séculos do milênio
Todos os milênios do planeta
Todos os planetas do sistema
Todos os sistemas da galáxia
Todas as galáxias do universo
E todo o universo de luto.

De quê vale o saber
Quando ninguém pode aprender?

Pra quê gritar
Se ninguém vai escutar?

Por que chorar
Se nada vai mudar?

E até onde vai esse rio?
Que nasce e escorre desesperado
Com uma sede de aventura
E com uma loucura inexplicável.

Amanhece, entardece, anoitece...
Quão logo termina o dia, nascem vários outros.
E vão se amontoando
(os fortes sobre os fracos, e os ruins sobre os bons).

E correm os dias
Todos os dias;
Toda a semana
Todo o mês
Todo o ano
Toda a vida.
Numa continua
E defasada mesquinhez.

E vou junto
(com minha cara de estúpido)
Solitário como um sol
Andante como um nômade
E cansado como um eco perdido no tempo.

Sou sombra de mim mesmo
Iluminado pelo silêncio.



José Borges Neto.

A verdade.



Não adianta
Nada importa agora
Que tudo já mudou
O tempo é hilário
Nem avisa e já passou.

A magia é o que resta
Ou o pouco que sobrou.
A dor é quem impera
O peito de quem amou.

De nada vale a verdade
Se o tempo não existir.

Às vezes e preciso fé
Para não desistir
E por mais que se tente
É difícil conseguir,
O céu guarda mistérios
Que Deus não aceita dividir.


José Borges Neto.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Saudade minha.



Pode ser que a distância
E a saudade me torture,
Mas não deixarei meu sorriso
Nem meu prazer exagerado,
Não serei escravo da vida
Muito menos da solidão
Serei apenas o que quiser;
Dias amores, outros paixão.

E assim me fere a faca
Que corta meu peito
E ameaça minh’alma,
E vou me deslizando
Pelas ruas do tempo
E pelas calçadas de dor,
Só não sei o que será depois
Que amanhecer o amor.

Pode ser que ninguém
Queira lembrar o que se foi
Mas a saudade não é boba
Não se deixa enganar,
A saudade é foice, é nuvem,
É vento e é mar
Para ela não existe tempo
Nem dia, nem lugar...

Coisa estranha é a saudade
Que confunde a si mesma
Sem se deixar perceber,
(na verdade, ela chora calada)
É menina sem lei
E senhora de endoidecer.

A saudade tem muitos nomes
Muitas formas de se ver
Ela não tem pernas,
Nem tão pouco sente prazer
Ela só pensa em seguir
Nunca pensa no quê dizer.

Hoje, saudade minha
Só tenho você aqui
E por mais que falem,
Vou continuar a fingir
O que importa é sua face
Nua e esclarecida a me guiar,
Se eu estiver certo ou errado
Pra mim tanto faz
O que me importa saudade,
É que você me satisfaz.


José Borges Neto.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ato de separação.



É sempre assim;
Dois culpados e um corpo no chão,
Mãos sedentas por justiça
Uma dor na alma e no coração
Pedaços de sonhos pela escada
Cortinas manchadas a mão
É sempre provável que os Deuses
Desconfiem de uma traição.

E ninguém vai estar errado em falar
É tanta mágoa adormecida
Que às vezes fica difícil de enxergar,
Hoje os caminhos são abismos
Onde todos podem chegar.

Se antes não se falava em perdão
Agora todos o querem em vão
Brincam que são bons moços
Desconsideram a intuição,
E as almas vão partindo
Para aonde não existe tentação.

O que fica é a lembrança
De um pecado gostoso,
De um beijo molhado
E aquele ciúme tenebroso,
Fica o prazer do ato
E o gozo duvidoso.

Mas no olhar para trás,
Os dois se olham, riem...
Infantis. Não tiveram chance.
Dois inocentes culpados
Um pelo amor, e o outro,
Pela razão...


José Borges Neto.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Não vamos brincar de amor.



Não vamos mais brincar com o nosso amor
Ele não merece nosso jogo de manias
Nem todas nossas loucuras infantis
Vamos cuidar um do outro
Isso vai nos fazer bem, vamos ser feliz.

Chega de mentiras e desenganos
Estou cansado de não te ter
Quando te olho eu vejo
Dois rostos a me satisfazer,
E se pela noite eu avanço
Acho que me desencontro de você.

Já cometi erros grosseiros até demais
Porém, meu amor por ti me convence,
Que é você tudo o que eu preciso
E meu amor não se engana
Nem é desses de voltar atrás.

Se já brigamos por besteira,
Muito bem, deixe agora isso de lado,
O que passou realmente é passado
E agora só me importa nos dois.

Não vamos deixar todo esse amor sem peito
Sem beijo, não me deixe sem você,
Se você é minha estrela guia da noite
Eu sou o teu mais brilhante amanhecer,
Vamos curtir nosso carinho e desejo
Vamos falar sério, vamos viver?


José Borges Neto.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Amante sem nome.



Sou o teu olhar sem jeito
Na direção de qualquer lugar
Sou o mal que te faz bem
E a alegria que te faz chorar
A fonte de amor que transborda
Sou o velho jeito de amar.

Amante sem nome
Desconhecido desconhecer,
Sou a vida em lágrimas
Sou a vontade de te ter,
A lua cheia anuncia
Que nossa paixão vai nascer.

Sou o teu descaso por mim
Gravado na tua testa,
Sou o pior dos castigos
Tendo como lei o perdão,
Sou aquele que você não conhece
E que sempre lhe deu a mão.

Sou aquela poesia incompleta
Sem rima e sem sentido,
Obviamente não sou tudo
Mas sou isso e aquilo,
Sou o teu toque em mim
Sou o teu amor invertido.



José Borges Neto.
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