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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Viver




De que adianta?

Seguir teorias que nunca vão se revelar

De que adianta, se todas nos transformam no que somos hoje

E por mais que queiram isso nunca vai mudar.



De que adianta viver numa casa

Pois sempre acaba sendo esta, nossa própria prisão

‘’fora das grades’’ já não conseguimos viver

E disso tudo nos resta à solidão.

Juan Patrick.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mensagem aos 'amigos'.

Falar sobre amizade é algo difícil. Acho que é pelo fato de que sempre esqueço alguns amigos, ou muitas vezes acabo citando pessoas que não merecem serem chamadas de amigas.

Mas na vida, devemos ter a capacidade de saber separar o joio do trigo. O certo do errado. O bom do ruim.

E os amigos são assim também.

Muitas vezes achamos que temos ao nosso lado, pessoas verdadeiras, companheiras, sinceras, e que estão dispostas a atravessar os mais conturbados mares ao nosso lado.

Infelizmente, nem sempre é assim.

Existem aquelas pessoas fracas, fúteis, inúteis. E que só servem para nos deixar pra baixo.

A falsidade é a maior inimiga da amizade. Já dizia certo poeta: “tenha apenas um amigo, desde que seja verdadeiro”.

Afinal, de que vale uma vida sem bons amigos, sem boas conversas?

E para os mais chegados, de que vale uma amizade sem um bom copo de cerveja, e sem aquelas brincadeiras onde todos se machucam, mas ninguém se odeia.

De que vale um dia de aula, sem o barulho na sala, sem aqueles professores divertidos, e também os sérios, que não resistiam as nossas provocações.

Amizade é isso. É sinceridade, é aperto de mão. É um abraço. É tudo.

E por último, amizade é gratidão. Sim, sou eternamente grato aos amigos e amigas, (ou colegas apenas) que estiveram comigo durante todos esses anos.

Alguns, eu os conheço desde criança. E serão eternas lembranças.

Outros, aprendi respeitá-los a pouco tempo. E de certa forma, fiz mais que amigos. Por algum tempo, me senti como se fosse um irmão mais velho.

Mas todos, até aqueles que sinceramente não me agradam, irão fazer parte de minhas memórias por toda a vida.

Peço desculpas se já fui chato demais, ou se ainda sou, não vou mudar.
Obrigado, que o universo esteja sempre ao nosso favor.

... e que a covardia não nos estrague.


José Borges Neto.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O vento...



Hoje o vento me levou
Por onde ele quis,
Ensinou-me voar,
E buscar ser feliz.

Mostrou-me cachoeiras
Rios e animais.
Passeamos sobre o mar
E as ondas nos seguiam.
Voamos sobre os prédios
Onde os cegos nos vigiam.

E cada instante que passava
Parecia não ter fim,
O vento me animava
E confiava em mim
Aprendi com o vento
Que não existe tempo ruim...

Toda hora é boa,
Pra sorrir ou pra chorar.
O vento é um amigo
Sereno e verdadeiro
Que não nos deixa esperar.


José Borges Neto.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Entenda seu amor.


Vemos o tempo passar

Levando aos poucos nosso amor

E no lugar desse sentimento

Fica a tristeza, a solidão e a dor

Só restando um coração magoado

Que de tanto sofrer ficou cansado

Pois o amor não morre

Ele é assassinado.


O encanto de antigamente

Vai aos poucos se acabando

O coração não consegue mais unir

O que o orgulho vai separando

E então o coração que era apaixonado

Vive a cada dia a anciã de ser enganado

Pois o amor não morre

Ele é assassinado.


E cada dia que amanhece

E como acordar numa prisão

Que nos priva da felicidade

E sufoca nossa emoção

Eu só queria ser amado

Agora é tarde pra curar erros do passado

Pois o amor não morre

Ele é assassinado.


Cada um escolhe seu amor

Que levará pela vida inteira

Com ele sorrimos e choramos

Ele nos faz a sua maneira

Por isso entenda seu amor

Entenda-o mesmo se ele permanecer calado

Pois um amor que está morto

Ainda pode ser ressuscitado.




Juan Patrick.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Perdido no tempo.



Todos os meses do ano
Todos os anos da década
Todas as décados do século
Todos os séculos do milênio
Todos os milênios do planeta
Todos os planetas do sistema
Todos os sistemas da galáxia
Todas as galáxias do universo
E todo o universo de luto.

De quê vale o saber
Quando ninguém pode aprender?

Pra quê gritar
Se ninguém vai escutar?

Por que chorar
Se nada vai mudar?

E até onde vai esse rio?
Que nasce e escorre desesperado
Com uma sede de aventura
E com uma loucura inexplicável.

Amanhece, entardece, anoitece...
Quão logo termina o dia, nascem vários outros.
E vão se amontoando
(os fortes sobre os fracos, e os ruins sobre os bons).

E correm os dias
Todos os dias;
Toda a semana
Todo o mês
Todo o ano
Toda a vida.
Numa continua
E defasada mesquinhez.

E vou junto
(com minha cara de estúpido)
Solitário como um sol
Andante como um nômade
E cansado como um eco perdido no tempo.

Sou sombra de mim mesmo
Iluminado pelo silêncio.



José Borges Neto.

A verdade.



Não adianta
Nada importa agora
Que tudo já mudou
O tempo é hilário
Nem avisa e já passou.

A magia é o que resta
Ou o pouco que sobrou.
A dor é quem impera
O peito de quem amou.

De nada vale a verdade
Se o tempo não existir.

Às vezes e preciso fé
Para não desistir
E por mais que se tente
É difícil conseguir,
O céu guarda mistérios
Que Deus não aceita dividir.


José Borges Neto.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Saudade minha.



Pode ser que a distância
E a saudade me torture,
Mas não deixarei meu sorriso
Nem meu prazer exagerado,
Não serei escravo da vida
Muito menos da solidão
Serei apenas o que quiser;
Dias amores, outros paixão.

E assim me fere a faca
Que corta meu peito
E ameaça minh’alma,
E vou me deslizando
Pelas ruas do tempo
E pelas calçadas de dor,
Só não sei o que será depois
Que amanhecer o amor.

Pode ser que ninguém
Queira lembrar o que se foi
Mas a saudade não é boba
Não se deixa enganar,
A saudade é foice, é nuvem,
É vento e é mar
Para ela não existe tempo
Nem dia, nem lugar...

Coisa estranha é a saudade
Que confunde a si mesma
Sem se deixar perceber,
(na verdade, ela chora calada)
É menina sem lei
E senhora de endoidecer.

A saudade tem muitos nomes
Muitas formas de se ver
Ela não tem pernas,
Nem tão pouco sente prazer
Ela só pensa em seguir
Nunca pensa no quê dizer.

Hoje, saudade minha
Só tenho você aqui
E por mais que falem,
Vou continuar a fingir
O que importa é sua face
Nua e esclarecida a me guiar,
Se eu estiver certo ou errado
Pra mim tanto faz
O que me importa saudade,
É que você me satisfaz.


José Borges Neto.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ato de separação.



É sempre assim;
Dois culpados e um corpo no chão,
Mãos sedentas por justiça
Uma dor na alma e no coração
Pedaços de sonhos pela escada
Cortinas manchadas a mão
É sempre provável que os Deuses
Desconfiem de uma traição.

E ninguém vai estar errado em falar
É tanta mágoa adormecida
Que às vezes fica difícil de enxergar,
Hoje os caminhos são abismos
Onde todos podem chegar.

Se antes não se falava em perdão
Agora todos o querem em vão
Brincam que são bons moços
Desconsideram a intuição,
E as almas vão partindo
Para aonde não existe tentação.

O que fica é a lembrança
De um pecado gostoso,
De um beijo molhado
E aquele ciúme tenebroso,
Fica o prazer do ato
E o gozo duvidoso.

Mas no olhar para trás,
Os dois se olham, riem...
Infantis. Não tiveram chance.
Dois inocentes culpados
Um pelo amor, e o outro,
Pela razão...


José Borges Neto.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Não vamos brincar de amor.



Não vamos mais brincar com o nosso amor
Ele não merece nosso jogo de manias
Nem todas nossas loucuras infantis
Vamos cuidar um do outro
Isso vai nos fazer bem, vamos ser feliz.

Chega de mentiras e desenganos
Estou cansado de não te ter
Quando te olho eu vejo
Dois rostos a me satisfazer,
E se pela noite eu avanço
Acho que me desencontro de você.

Já cometi erros grosseiros até demais
Porém, meu amor por ti me convence,
Que é você tudo o que eu preciso
E meu amor não se engana
Nem é desses de voltar atrás.

Se já brigamos por besteira,
Muito bem, deixe agora isso de lado,
O que passou realmente é passado
E agora só me importa nos dois.

Não vamos deixar todo esse amor sem peito
Sem beijo, não me deixe sem você,
Se você é minha estrela guia da noite
Eu sou o teu mais brilhante amanhecer,
Vamos curtir nosso carinho e desejo
Vamos falar sério, vamos viver?


José Borges Neto.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Amante sem nome.



Sou o teu olhar sem jeito
Na direção de qualquer lugar
Sou o mal que te faz bem
E a alegria que te faz chorar
A fonte de amor que transborda
Sou o velho jeito de amar.

Amante sem nome
Desconhecido desconhecer,
Sou a vida em lágrimas
Sou a vontade de te ter,
A lua cheia anuncia
Que nossa paixão vai nascer.

Sou o teu descaso por mim
Gravado na tua testa,
Sou o pior dos castigos
Tendo como lei o perdão,
Sou aquele que você não conhece
E que sempre lhe deu a mão.

Sou aquela poesia incompleta
Sem rima e sem sentido,
Obviamente não sou tudo
Mas sou isso e aquilo,
Sou o teu toque em mim
Sou o teu amor invertido.



José Borges Neto.
,

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O que houve meu Brasil?


Pelos meus amores passados
E pela dúvida dos que virão
Pelas almas desamparadas
E pelos poucos que viverão
Faço honras aos senhores
E aos donos dessa nação:

O que houve meu Brasil
O que será que aconteceu
Há muito não te reconheço
Não se lembra mais de Deus?

O que houve meu país
Porque decidiu se calar
Não vê que isso esta errado
Precisamos acordar,
O que será de nossas crianças
Que ninguém quer salvar?

Pelos que morreram sonhando
Um futuro de igual
Pelos que ainda lutam
Por um prestigio social,
E pelos descamisados
Que nunca nos fizeram mal.

O que houve meu Brasil
Não se deixe amordaçar!
Resista aos interesses
Não se deixe enganar.
(onde estão os jovens?)
O que houve meu país
Aonde tu queres chegar?


José Borges Neto.

domingo, 26 de setembro de 2010

Levado pela vida.



Eu que era menino travesso
E gostava de brincar com a vida
Agora sei como a banda toca
Sei por que a areia é movediça.

Eu que era garoto sem chance
Hoje sou pescador de mentiras
E não posso negar minha idéia
Caso contrario sou esquerdista.

Eu que duvidei de mim mesmo
E busquei resposta quando devia ouvir
Fiz juras de amor que jamais pude provar
Até quando eu chorei, tive vontade de sorrir.

Eu que até ontem acreditava
Ter vários amigos pra confiar
Aprendi que só tenho
Um irmão(mais velho) pra me abraçar
E a este amigo dedico os versos
Que do nada vão se encontrar.

Eu que era criança boba
Nem poderia imaginar
Que a quem eu dei a mão
Um dia iria me derrubar.

Eu que me orgulho de meu orgulho
Não tenho receios de quem se foi
Muito menos de quem ainda se vai,
Respeito meus inimigos
E os amigos muito mais,
O problema são os falsos
Que estampam os jornais.

Eu que fui tão homem quanto Cristo
Que mesmo traído, humilhado e crucificado,
Soube dar perdão aos desesperados
Atenção aos aflitos, água aos sedentos,
Coragem aos pequenos, virtude aos grandes,
Amor aos carentes, e fé aos perdidos.

Eu que mesmo homem simples
Menino, moleque, criança, feto,
Tão pequeno quanto um grão de nada
Perdido no mundo que não pára de girar,
Fui mais do que um poema
Fui um barco sobre o mar.


José Borges Neto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Loucura sem nome.



Tenho fome de poesia,
Fome de versos
De improvisos.
Tenho sede de sangue
Pelas veias vazias,
Loucura sem nome
Ora tristeza, ora alegria.

Tenho medo dos deuses
Do inferno, do céu,
Além da terra
E de seus infiéis,
Temo a sabedoria
A fúria dos menestréis.

Doe-me quando vejo
A poesia se desviar
Existem tantos poetas
E ninguém pra poetizar,
Tenho medo do inicio
E de como vai terminar
Temo que a poesia
Um dia chegue a acabar.

- E o que será de mim
Se isso acontecer?
O que será do amor
Que precisa do poema
Pra sobreviver? -


(Tenho receio que o amanhã
Não me deixa amar).


José Borges Neto.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ser capaz e ser feliz.




De vez em quando estamos sozinhos
Mais sozinho ninguém é capaz
Há tantas decepções dolorosas
Há tantas que nem lembramos mas
O importante e ser feliz
O que passou ficou pra traz.

Temos que ser fortes
Pra curar dores que o tempo não consegue apagar
Nem sempre os sonhos se realizam
Nem sempre conseguiremos os alcançar
Por isso um passo de cada vez
Para não tropeçar
E pra que os mares de lagrimas
Não consigam nos afogar.

Ser forte é preciso
É preciso saber chorar
A vida não é feita só de sorrisos
Tristezas tendem a nos machucar
E se acaso cairmos
Nossos amigos e família existem para nos levantar
Em qualquer situação
A qualquer hora e lugar.

É preciso viver
É preciso sonhar
É preciso perder
É preciso ganhar
Pra que no final de nossas vidas
Exista alguma história pra se contar.



Juan Patrick.

Amar como se não houvesse amanha.




Somos reflexo de nosso pensamento
Já diria o pensador
Mais o que o mundo nos reflete?
Guerras, tristezas e muita dor
Só semeando bem nossa vida
Poderá florescer o amor.

Muitos vivem isolados
Sozinhos sem direção
Pelas suas famílias abandonados
Sem justiça nem perdão
E ainda assim vivem calados
Tentando juntar os pedaços
Do que restou de um coração.

Pra tudo existem dois lados
Como os lados de uma maça
Se hoje a noite for escura
O sol chegara pela manha
Por isso eu escolho o lado do amor
Você também pode amar sem temor
Como se não houvesse amanha.




Juan Patrick.

Mulheres.




Existem pinturas
Que nos arrebatam a visão
Existem poemas
Que tocam nosso coração
Mais tem coisa que é feita
Criada para ser perfeita
Sem igualdade nem comparação.

Trazem o luar nos olhos
O por de sol no olhar
Carregam a na boca uma tempestade
No beijo, a calmaria do mar
Estrela tirada da sua constelação
Para aqui na terra brilhar.

Ser que caiu do céu
Que de nos faz o que quer
Nunca a de ser superada
Pode vir o que vier
Feita pelas mãos do criador
Um ser coberto de amor
Que todos chamam de mulher.



Juan Patrick.

domingo, 19 de setembro de 2010

Poema, poeminha.



Queria escrever algo
Realmente completo
Acabei por não conseguir
Fiz um poema patético.

Depois fui revê-lo
Já mofado e velho
Peguei-o com nojo
Se fazendo em farelo.

Quase não o li
De tão envergonhado,
Afinal aquilo era um filho
Que deixei abandonado.

O deixei trancado
Inacabado como eu,
Um poema de amor
Que ninguém nunca leu.

Quando fiz o poeminha
Não poderia imaginar
Que depois de tanto tempo
Ele iria se completar.


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dane-se o mundo.



Que se dane o mundo
Dane-se tudo,
Dane-se você
Nós, vós, eles,
Dane-se toda hora
Até não querer mais.

Dane-se a vida
Que hoje não serve
Dane-se o céu
Que me causa inveja
Pela sua imensidão,
Dane-se a terra
Que me causa medo
Pela sua criação.

Que se dane os livros
Os poetas, os versos.
Dane-se tudo,
Tudo mesmo.

Que se dane o amor,
Também a paixão
Danem-se as formigas
Que cortam meu corpo.
Dane-se o erotismo
(que me domina)
As fadas, e os anjos.

Que se dane a morte
Viúva negra do terror.
Dane-se teu ódio
Teu perfume,
Teu amor.
Dane-se o passado
o futuro, e o que virá.

Que se dane a razão
Causadora de tanta dor.
Dane-se a esperança
Dane-se quem quiser
Danem-se amigos
Danem-se, por favor.


José Borges Neto.
,

Cartas de amor.



Você é o amanhecer
A mais linda canção
Que alegra minha vida
E me tira da solidão
Deixando cada vez mais feliz
O meu triste coração.

Falo assim de ti
E nada sei explicar
Nem no mais lindo Oasis
Nem no mais cristalino mar
Nem mesmo a mais linda constelação
Brilha mais que seu olhar.

Minha linda primavera
Meu jardim cheio de cor
Teu olhar me aquieta a alma
Teu beijo me traz calor
E nessa essência me perco
E é para ti que escrevo
Essas cartas de amor.


Juan Patrick.

Confissões.

Confesso que hoje é um dos piores dias de minha vida, não que ele seja diferente, mas sim porque é igual a tantos outros que já passaram, porém, lembro como se nunca tivesse passado o tempo. É algo novo a cada instante, mas ainda assim tenho a sensação de que nada me é estranho. Conheço cada cantinho, conheço quase tudo.

Confesso que cheguei a acreditar que estivesse morto, mas a dor que sinto na alma me faz perceber que ainda estou muito vivo. Muito mesmo. Tenho sempre aquela leve impressão de desconforto, como se alguém me roesse os pés, me devorasse o cérebro. Sinto o silêncio balançar minha rede pra lá, e pra cá. Sinto minhas mãos envelhecerem e a cada dia ficarem mais fracas e submissas. Sinto os vermes me tomando. eu ainda vivo sirvo de prato.

Confesso que jamais imaginaria chegar tão perto de descobrir o segredo do universo, mas também nunca imaginei que fosse tão fraco ao ponto de me deixar abalar por uma simples dor crônica.

E que dor sentia eu:
por não ser gênio
por não ser Dom
por não ter carrapatos
nem cantar num certo tom.

Confesso que demorei mais ou menos um século e meio pra enxergar a verdade que se vestia em minha frente, quando conclui tal descoberta me senti completo. Depois, quando quis entender minha complexidade, me senti tão vazio, mais tão vazio quanto um universo desconhecido. Afinal, já não me surpreendia qualquer coisa desse tipo, não me era algo de estranhar. Aprendi a muito tempo, que não podemos simplesmente acreditar. Por trás das cortinas do palco, existe muita arte pra se mostrar.


José Borges Neto.
,

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quando. (Nada mais)



Quando se tem bons sonhos
nem um mundo físico parece ser opção,
nada nos interessa senão a cama, a rede, o silêncio
ou o abraço de quem compartilha o instante vivido.

Quando se tem bons planos
nenhum desafio é grande o suficiente,
tudo pode ser facilmente superado
e num piscar de olhos, chegamos lá.

Quando se tem bons vinhos
nenhum mal nos chega a perturbar,
simplesmente bebemos, dançamos, e se vai
qualquer estresse ou rancor que tenhamos passado.

Quando se tem bons amigos
se tem tudo, e ao mesmo tempo
tem-se aquele medo de não termos nada,
tem-se realmente o que existe de mais belo.

Quando se tem bons túmulos
não importa como, a morte é bem vinda
ainda que seja algo tão comum, é inesperada
e toca tanto quanto a solidão em vida.

Quando se tem bons olhos
não precisa-se de falsos profetas,
basta olhar, ver, engolir as pressas
tudo o que aparece, basta entender.

Quando se tem bons desejos
infligem-se regras, despensa normas
e se vai a procura do que lhes encarna,
brinca-se de sexo e não lembra depois.

Quando se tem boas músicas
a mente fica quase que morta,
e a alma voa, o inferno sobe e o céu cai.
No final, boca sedenta esbraveja por mais.


José Borges Neto.
,

domingo, 12 de setembro de 2010

Coisas que aprendi.



Não me espanta mais as verdades
muito menos as mentiras,
além de não serem novas
são fúteis e desprovidas
de tudo que é belo
assim como nossa vida.

Não me causa o medo
qualquer mal realmente,
já o conheço desde menino
em passado, futuro, presente,
pode até parecer estranho
mas o medo é um ser carente

(, Que inveja os felizes
por desejar sua felicidade,
mas ele não faz isso
por dinheiro ou maldade
o medo é um cego
que anda só pela cidade.)

Não me é difícil entender
que os amores passam,
e mesmo sendo triste
se vão e não voltam,
e o silencio é quem fica
para consolar os que sobram.

Não me surpreende os amigos
que se esquecem de mim,
sei que eles estão ocupados
com coisas novas, assim
buscam novas idéias
para revolucionar nosso fim.

Não me entristece o egoísmo
pois aprendi a conviver
com vários tipos de pessoas
e gêneros de desprazer,
cinéticas molduras
que não conseguem se ver.

Não me é bastante o amor
que mesmo sendo eterno
dura pouco e é sofrido,
além de ser imaculado
contundente sem ponto,
não é compreendido.


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Encontro com o espelho.



O que houve comigo
não me encontro mais no espelho,
perdi minh’alma para não sei quem
estou cada dia mais triste, e sozinho
com uma paixão que me domina
mas que não passa de um desejo
um tesão forte que enlouquece,
um prazer desenfreado
que não sei controlar,
o que houve comigo
que me deixei levar?

Culpa do teu sorriso
que chega macio aos meus olhos
e toca fundo meu coração,
culpa desse teu corpo suado
que me compra, me vende, me trai,
culpa desse teu jeitinho
(aquele que só eu e você conhecemos)
que me trás esperança.

O que será de mim Deus?
o que será? Não vê o que sinto?
Não sente o meu coração se despedaçar
em cada gesto, em cada olhar passageiro...
E o que resta de mim, senão o ódio
e o rancor de quem não se encontra no espelho.

Ah, se eu pudesse me mudaria pra outro sistema solar,
pra longe de tudo, e de todos, me desconectar.
O que houve comigo essa noite
que acabei chorando enquanto pensava com ti,
o que será de mim quando o amor acabar?
e se ele nunca acabar, o que será de mim?


José Borges Neto.
,

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sinais.


O que foi
saudade
agora
é tarde
já passou.

outro sol
noutro dia
ilumina
transborda
emoção
fingida
ilusão.

ausência
medrosa
apavora
prende
acende
sinais
na frente
dizendo
direção.

o que foi
o que é?
o que ouve
o que virá?
ninguém viu
nem vê
nem verá.
será...?


José Borges Neto.
,

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um surto.



Só de imaginar fico louco
não consigo entender;
os bons são poucos
e os maus tem pra vender.

Só de pensar eu surto
perco logo a noção
são muitos os números
pra decorar uma ligação,
isso é moderno?
ou é contramão?

Ninguém se reconhece mais
se perderam dentro de si;
os irmãos se odeiam
os amigos se detestam
os vizinhos brigam
e os amores não conversam.

E o sol brilha no horizonte
anunciando um novo dia
igual a tantos outros
com a mesma agonia
- and tomorrow you will see
I just wish her well
I just loved you.


José Borges Neto.
,

Gato grego.



Gato preto
chamado de grego
mas que não é assim,

filho de uma mãe
de um filho, de um pai.
Gatinho preto e branco
que não confia em mim

junte teus pêlos
e saia daqui,
preciso de silêncio
e você não serve
pro trabalho de servi.

Gato grego moreno
animal de estimação,
gatinho carinhoso
não arranhe minha mão
sem elas não farei o verso
pra descrever essa situação:

gato grego
preto e branco,
pseudo-romano,
onde está você
gatinho tirano?


José Borges Neto.

Plácido .



Quero abraçar o mundo, o céu e o mar,
quero dormir contigo, te abraçar.
quero passear pela noite
aqui ou em qualquer lugar
o importante não é onde
mas sim com quem será,
quero você ao meu lado
e não vou descansar,
quero teu doce cheiro
em meu corpo tatuar.

Quero tua cara molhada
sobre meu peito plácido,
tuas meias bordadas
tuas manias de ruas,
quero teu jeito criança
pra me fazer rir,
quero brincar de erros
e também me descobrir,
com você quero tudo
que possa existir.

Quero dançar samba reggae
até não me sentir mais
com você quero bossa,
rock, punk, Deus e Satanás,
quero teu corpo,
tchê!
com você eu fico em paz.

Quero ser correto, ou errado
o que precisar, pra mim o que importa
é se você vai me amar,
não quero promessas
nem conversas de esquinas,
não quero falsos planos
nem ser garoto de modinhas,
não quero amigo falso
nem inimigo verdadeiro,
eu só quero ser feliz
e abraçar o mundo inteiro.


José Borges Neto.
,

Deve haver explicação.




Meu discurso não mais te encanta
nem minhas mãos não te tocam,
meus pés não mais te seguem
nem meus desejos te cercam.

Tudo muda,
algo escorre (é sangue)
mas de quem? (nosso talvez)
mas deve haver explicação
nada acontece assim.
Sei que a vida é um acaso
mas nem sempre tem esse fim.

Cada gesto é um gesto
cada abraço um perdão,
se Deus desfila no carnaval
vamos rezar com devoção,
é hora de juntar os pratos
vamos dar as mãos...


José Borges Neto.
,

sábado, 4 de setembro de 2010

É quase sempre assim.



Mãe, se qualquer dia desses ninguém me encontrar,
não se preocupe, eu estarei em algum lugar
procurando respostas para o que sinto,
estarei me perdendo por ai, andando sem rumo
viajando entre os planetas, perdido no espaço
feito criança pequena lendo um jornal,
(peça chave de um quebra cabeça)
eu estarei sozinho pensando ser normal.

Mãe, se meus amigos ligarem
não precisa tentar me avisar, pois eles sabem
que se forem bons amigos irão me procurar
e mesmo que não encontrem, não vão desistir,
por que eu nunca desisti deles, nem dos fracos.
Sempre que um caia, eu pedia pra insistir,
(o problema é que ninguém é perfeito)
e se hoje chegamos, amanhã vamos partir.

Mãe, caso alguém queira saber noticias de mim,
invente uma historia, diz que estou no camarim
retocando a maquiagem, relendo o roteiro
me preparando para o espetáculo,
diz que estou triste, não quero conversar
diz que é quase hora do show, não posso me atrasar
(o circo não deixa os personagens viverem)
só você sabe mãe, o quanto é difícil continuar...


José Borges Neto.
,

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seguindo o tempo.


Sigo rumores e promessas de um dia melhor
procurando não me perder
mas é difícil, são tantos caminhos a seguir
todos parecem certos, mas não pode se distrair
a todo o momento as pessoas mudam
e novos desafios podem surgir.

Fico observando o tempo que ficou pra trás
cheio de sonhos e planos
ousados, mas que não se realizaram
e agora de nada servem, perderam-se no vazio
buscando alguém para saciá-los.

E Deus olha tudo a distância
sorrindo, coberto com flores e plumas,
entre cálices, Vênus, terra e sol.

José Borges Neto.
,

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alguma coisa me levou.



Eu que muitas vezes me achei satisfeito com algumas palavras,
agora nem mesmo com um turbilhão de novas cruzadas me sinto completo.

Por vezes duvidei da certeza de Deus e de seus milagres
hoje não sei encontrar outra explicação para tudo se não Ele.

Eu que já deixei de fazer aquilo que realmente queria e tive medo,
hoje não posso fazer nem o mais simples dos desejos.
Inocente, desafiei as leis do mundo astrológico
e agora não encontro mais ilusão nem nas poucas estrelas que vejo.

Eu que amei tão pouco
agora não amo nada.
Eu que não acreditava nas promessas de alguns amigos,
hoje vejo que eu estava certo e eles não estão aqui comigo, alguma coisa os levou.

Eu que sozinho em meu quarto escrevi vários poemas sobre quase tudo,
esqueci de escrever um que retratasse minha tristeza verdadeira.
Eu que para muitos era um grande homem com muitos sonhos,
não era nada mais que um moleque querendo sua infância de volta.

Eu que fui corajoso até demais para demonstrar meus erros políticos
não tive um resto de coragem sequer para enfrentar meus medos ocultos.
Eu, somente eu, sei que ninguém mais além de mim foi tão imperfeito para comigo mesmo.

Eu que estive ao lado de pessoas que tanto amei
nunca disse que as amava, e elas se foram, e se vão de mim a cada dia...

Eu sorria dos que choravam desesperados
pois nem sabiam a razão por suas lágrimas, e hoje
não faço outra coisa, se não chorar por razões que finjo não entender.



José Borges Neto.
,

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Poemas.



Cada poema que faço
é como um filho bastardo,
moleque estúpido, podre.

Cada poema que nasce
é como criança inocente,
vitima de uma paixão cruel.

Cada poema que faço
é um órfão de Deus,
símbolo misericordioso.

E desses poemas
já conheci todos eles, já os fiz.

Os fiz:
Belos (céu estrelado)
Trágicos (suicídio de Deus)
Alegres (bêbados em bares)
Românticos (você e eu)
Tristes (chegada, partida)
e outros que não completei...

Cada poema que faço
fede de medo,
arde de fogo.

Cada poema que faço
me lembra outro que fiz,
e torno a fazê-lo de novo.

Cada poema que faço
é apenas poema, nada mais.


José Borges Neto.
,

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Corpos novos ou Memórias de um sobrevivente.



Garrafas vazias sobre a mesa
alertam-me para uma guerra,
dizem muito mais que palavras
e ardem muito mais que brasa,
inundam os devaneios de loucuras
assim como aceleram o coração embriagado.

Garrafas, copos, talheres sobre o pano de mesa
me lembram a noite passada
e todos os seus doces sabores.

Cansado, percebo os poucos que ainda vivem.
corpos espalhados pela noite
em busca de um seio
que não seja fonte de pecado.

Corpos e mais corpos encilhados,
amontoados uns sobre os outros.

A fome se alastra, assim como peste em lavoura.
A água falta, assim como beijos da pessoa amada.
A violência aumenta, assim como mentiras em jornais.

Garrafas vazias me lembram amigos,
conversas, jogos, músicas, besteiras...
Preenchem-me rapidamente
e quando vejo,
já estou cheio delas.

Garrafas me tocam, me ferem.
Sonhos me chegam, se partem.
Beijos me faltam, me secam.
Amores me negam e me silenciam.

No horizonte apenas a certeza
que tudo passa,
e por estes caminhos secos e espinhentos
vou me espojando, ainda que não queira.
E a sede me seca. A vida me leva
preso e desesperado,
sem vontades ou desejos.

Termina o dia, e o sino toca seu último refrão.
As torres padecem, os mortos diluem-se putrefatos,
assim como fumaça ao vento.

E não sei, outra coisa nasce...


José Borges Neto.
,

sábado, 21 de agosto de 2010

Mandamentos.



Que ninguém se culpe pelos erros dos outros
pois não há estupidez maior que entregar-se de tal maneira
para quem quer que seja,
para quem não conhece e nem valoriza o que se tem.
E que ninguém aceite facilmente pedido de desculpas
já que a culpa é sempre maior.

Que a fé seja instrumento apenas do bem
e que não banalizem a imagem de Deus.
Que saibam amar as pequenas coisas da vida
e que não mintam(a não ser por um bom motivo).
Mas que busquem o conforto para os aflitos
assim como:
água para os sedentos e mascara para os envergonhados,
cura para os enfermos e a redenção dos pecados
coragem para os fracos e calma aos apressados
tempo aos loucos e amigo aos desesperados.

Que em cada esquina seja posto um farol
pra ninguém se perca.
E que os pássaros
possam ser livres e voar assim como os pensamentos.
Que criança alguma perca seu direito de ser criança
e que os velhos possam - ainda que tarde - serem também.
que as pessoas aprendam a amar seus sonhos
que são de alguma forma, as únicas coisas não corroídas pelo egoísmo.

Que o belo e o feio nunca se separem
pois ambos são essências puras.

Que a música e a poesia nunca se separem
e que continuem aliviando mentes e corações
assim como faz a amizade.
Mas que seja preciso entender as estrelas que não brilham,
elas com certeza precisam de um pouco mais de atenção.

Que ninguém mude sem antes saber onde errou
pois se tornará um fraco objeto.
E que ninguém, ninguém mesmo
deboche desse novo velho mundo.

José Borges Neto.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vou-não.



Mesmo que hoje não seja
um dia tão especial
vou cantar aos rios, risos,
e a outros carnavais

vou disfarçar minha dor
em cada instante que te ver
vou virar o rosto
sempre que te encontrar
vou amputar meus dedos
pra não mais te escrever
vou engolir minhas palavras
não tenho nada a dizer.

José Borges Neto.
,

Desespero.



Tente ver todo o nosso medo
nossa agonia desesperada,
e veja nossos olhos, perdidos.
Nossa alegria é mentirosa
como discursos políticos

Ou se não nossas conversas
bobas, incomuns, viagens e mais.
Tente ver em cada gesto
um ponto de partida
um chamado desnecessário

Ou uma aventura desejada
e que não passa de um sonho
impossível de se realizar,
tente enxergar outras vidas
como são belas a passar
e nós apenas as olhamos
não temos coragem de lutar.

Ah, coração inútil a bater,
porque não descansa um pouco
nem que seja a primeira
e a última vez.
porque não ama a si mesmo
para não correr risco de sofrer.

Se hoje está assim ferido
é que não soube entender
os mistérios do mundo
que são muitos a se dizer...


José Borges Neto.
,

Olha a pedra solidão.



Tão certo quanto duvidar, estar contigo e ainda assim não acreditar
Que aquele mundo já se foi, que aquilo tudo já passou,
É difícil suportar a ausência de nossa paixão
Assim como é impossível imaginar o céu sem estrelas.

Não encontro forças quando penso em cada segundo perdido
E quando passam os turbilhões, me divirto com teus pedaços
Que são as únicas coisas boas que me restam...

E ainda que você não saiba, eu convivo com uma dor,
Disfarço a cada dia meus sentimentos e assim vou
Fingindo que você em algum momento pode ser meu
Querendo voar alto, tão alto onde nada nos incomodara,
Mas sempre a verdade me chega, me fere e diz,
Que eu nunca serei um campeão, e você é apenas um sonho.

E a vida me leva de carona e me distrai pr’eu não perceber
Que de fato sua ausência é cada instante mais real
E cada momento que passa é como se fosse eterno
E vou, ainda sem saber por que, mas vou...

Tão certo quanto minha tristeza, é te olhar distante
E sentir meu corpo em chamas e meu olhar glacial
Tenho na mente apenas um impulso, querendo falar,
Mas o medo é maior, e me faz calar...

Hoje não somos mais que um raio dispersado no universo
Perdidos sem coragem de lutar alheios ao amor,
Hoje não somos mais que piadas sem graça
Ou como qualquer pedra em algum caminho
Na esperança de alguém tropeçar...


José Borges Neto.
,

Num instante a tarde.



Vejam só a tarde deslumbrando o seu véu
Sobre minhas mágoas em claro
A tarde que já foi palco de inúmeros encontros
Hoje não passa de um símbolo de dor e solidão.

Vejam só as cortinas se fechando
E um por um, saem de cena.
Já não existe ninguém para aplaudir
Sintam agora o desprezo indizível
Abracem somente as sombras que lhes restam.

Aquilo que mais era celebrado, aplaudido
E cantado em todas as canções,
Agora quando a tarde chegou
Simplesmente não existe mais...

Vejam só os dizeres dos astros
É por eles que somos tão iguais
Mas somente por eles, outra coisa não.

Hoje a tarde já não é tão delicada
Nem os gemidos são verdadeiros
Tudo parece ser farsa, menos meu silêncio.

Ainda que tanta mágoa perpetue-se
Permanecerei impávido como um colosso imortal
Porque não deixarei que nossa ingenuidade
Comprometa nosso resto de destino.

Vejam só essa noite que impõem-se
Tão comum a tantas outras,
Único instante que se passa
Engrandece a eternidade.


José Borges Neto.
,

Longe de mim.



Imenso mar
intenso suspiro

mágoas sem fim
o que tenho ainda

nada de certo
longe de mim.

horizonte amigo
que me leva daqui

saudade
forte bem querer

amor
enorme clichê.


José Borges Neto.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dessencontro...



Foi bom te ver aqui, precisamos conversar,
Foi bom te encontrar por acaso, sem notar,
Foi bom você dizer “oi”, foi bom parar.

Tava meio sem jeito, sem forma ou lugar.
Tive estressado, precisando desabafar.
Tava duvidando, ainda tô sem acreditar.
Tive certezas, que não posso revelar...

Mas foi bom sentir medo, fez valer.
Tudo bem, foi bom aquele encontro,
Mesmo a vida passando sem agente perceber.

Quando agente pensa que sabe
Tudo muda de forma e condensação
Quando agente descobre algo novo
Tudo muda sem nenhuma explicação.

Foi bom escutar mais uma vez os pássaros.
Foi bom silenciar-se ao seu lado, ausente.
Foi bom sentir o vento arrebatar nosso ego.
Foi bom ver sua face nua, mesmo que carente.

E quando a torce sumir, a dor passar,
Quando a morte chegar, inesperada,
E quando a amanhã se mostrar
Quem sorrirá, quem agora?

Quando a voz for tão mansa e morna
Que nem um perdão possa ser pedido,
Quem gritará pela alma o gemido final
Quem enfrentará os provérbios do mal?

Foi bom abrir o velho livro de versos.
Foi bom conversar, ainda que sozinho.
Foi bom dormir efêmero, foi bom caminho...


José Borges.
,

domingo, 8 de agosto de 2010

Vamos disfarçados...




Vamos celebrar nossa arrogância, vamos beber bobagens,
Cantar as piores canções, contar as maiores mentiras,
Disfarçar nosso egoísmo, disfarçar nosso cinismo.

Vamos engolir nossos erros, vamos gemer de dor,
Reclamar sem razão, reclamar tudo sem motivos,
Duvidar do certo, duvidar da nossa situação.

Acreditar nas promessas, crer sem titubear,
Vamos aceitar nossa condição, aceitar tudo,
É preciso seguir em frente, é preciso partir.

Vamos deixar de lado o fascínio, vamos crescer,
Sem receio de cair, sem medo de correr,
Vamos deixar que os outros morram, vamos sim.

Não precisamos provar, não somos ninguém,
Se for fácil voar, se for urgente gritar,
Vamos depressa alto, vamos longe dizer;
Pode ser pra sempre, pode ser instante.

Vamos sem demora, vamos ver o tempo passar,
Vamos embora de vez, vamos outra vez,
Deixe cada estrela no seu lugar, deixe o céu.

Ninguém tem culpa e ninguém pode nos salvar,
Devemos ter forças o suficiente, devemos orar,
Vamos escrever nossa história, vamos sonhar...


José Borges.
,