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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sem coração.



Transito total
Na cidade de papel,
Em esquinas
Longas filas
E fortes luzes de hotel.

Consumo exagerado
Multiplas opções.
Carros e pessoas
Sem peças
Nem corações.

Gritos sem pausa
Entre mil sensações,
Jogos de poderes
Com deveres
Mas sem soluções.

Mercado de almas
Sem cores nem sabor,
Lembranças vendidas
Talvez esquecidas
Pelo ócio ou pela dor.


José borges neto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Qualquer preço.



O sistema nos separa
Quando tenta nos unir,
Mudaram nosso endereço
Sem perguntar se queríamos
Acabam com nossos sonhos
Invade-nos sem pedir.

Muda nossa vida
Nossa rua, nosso endereço.
Só não muda o mundo
Que hoje vale qualquer preço.

Somos peças perdidas
De um jogo ultrapassado.
Pedacinhos de ninguém
Sem ninguém interessado.


José Borges Neto.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Essencial.



Sabe aquele teu cheiro
Gostoso, forte e suado?
Está fixado em mim
Como o teu rosto tatuado
E como aquele teu olhar.
Está sempre me acordando
Fazendo-me delirar.
E quando penso em te esquecer
Ele me faz parar.

Que loucura...
Nunca vi nada assim
Tão forte, tão cego, audacioso
Que se não fosse o mundo lá fora
Ele já estaria por aí.

(Que loucura! Senti teu perfume agora, e ele com certeza
Completou o poema. Que pena, os leitores nem poderão senti-lo.
(E vão dizer que sou louco, que seja louco.)

Teu cheiro me excita me condena
E só mesmo o tempo me acalma, e me faz acreditar
Que ainda existe amor.
Mas nada que eu faça vai te trazer aqui
Talvez o máximo que eu consiga
É aumentar minha dor.

Apesar disso, me contento com teu cheiro
Junto a outras lembranças, como;
A tua voz (que é música para os meus ouvidos),
O brilho dos teus olhos (que acredito ser a luz no fim do túnel),
A suavidade dos teus lábios (que me deixam sem palavras)
E as curvas do teu corpo (que me levam a extrema loucura)
E com tantas lembranças
Acabo esquecendo algumas...


José Borges Neto.