Busca no Blog.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Confissões.

Confesso que hoje é um dos piores dias de minha vida, não que ele seja diferente, mas sim porque é igual a tantos outros que já passaram, porém, lembro como se nunca tivesse passado o tempo. É algo novo a cada instante, mas ainda assim tenho a sensação de que nada me é estranho. Conheço cada cantinho, conheço quase tudo.

Confesso que cheguei a acreditar que estivesse morto, mas a dor que sinto na alma me faz perceber que ainda estou muito vivo. Muito mesmo. Tenho sempre aquela leve impressão de desconforto, como se alguém me roesse os pés, me devorasse o cérebro. Sinto o silêncio balançar minha rede pra lá, e pra cá. Sinto minhas mãos envelhecerem e a cada dia ficarem mais fracas e submissas. Sinto os vermes me tomando. eu ainda vivo sirvo de prato.

Confesso que jamais imaginaria chegar tão perto de descobrir o segredo do universo, mas também nunca imaginei que fosse tão fraco ao ponto de me deixar abalar por uma simples dor crônica.

E que dor sentia eu:
por não ser gênio
por não ser Dom
por não ter carrapatos
nem cantar num certo tom.

Confesso que demorei mais ou menos um século e meio pra enxergar a verdade que se vestia em minha frente, quando conclui tal descoberta me senti completo. Depois, quando quis entender minha complexidade, me senti tão vazio, mais tão vazio quanto um universo desconhecido. Afinal, já não me surpreendia qualquer coisa desse tipo, não me era algo de estranhar. Aprendi a muito tempo, que não podemos simplesmente acreditar. Por trás das cortinas do palco, existe muita arte pra se mostrar.


José Borges Neto.
,

Nenhum comentário:

Postar um comentário