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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Perdido no tempo.



Todos os meses do ano
Todos os anos da década
Todas as décados do século
Todos os séculos do milênio
Todos os milênios do planeta
Todos os planetas do sistema
Todos os sistemas da galáxia
Todas as galáxias do universo
E todo o universo de luto.

De quê vale o saber
Quando ninguém pode aprender?

Pra quê gritar
Se ninguém vai escutar?

Por que chorar
Se nada vai mudar?

E até onde vai esse rio?
Que nasce e escorre desesperado
Com uma sede de aventura
E com uma loucura inexplicável.

Amanhece, entardece, anoitece...
Quão logo termina o dia, nascem vários outros.
E vão se amontoando
(os fortes sobre os fracos, e os ruins sobre os bons).

E correm os dias
Todos os dias;
Toda a semana
Todo o mês
Todo o ano
Toda a vida.
Numa continua
E defasada mesquinhez.

E vou junto
(com minha cara de estúpido)
Solitário como um sol
Andante como um nômade
E cansado como um eco perdido no tempo.

Sou sombra de mim mesmo
Iluminado pelo silêncio.



José Borges Neto.

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