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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Alguma coisa me levou.



Eu que muitas vezes me achei satisfeito com algumas palavras,
agora nem mesmo com um turbilhão de novas cruzadas me sinto completo.

Por vezes duvidei da certeza de Deus e de seus milagres
hoje não sei encontrar outra explicação para tudo se não Ele.

Eu que já deixei de fazer aquilo que realmente queria e tive medo,
hoje não posso fazer nem o mais simples dos desejos.
Inocente, desafiei as leis do mundo astrológico
e agora não encontro mais ilusão nem nas poucas estrelas que vejo.

Eu que amei tão pouco
agora não amo nada.
Eu que não acreditava nas promessas de alguns amigos,
hoje vejo que eu estava certo e eles não estão aqui comigo, alguma coisa os levou.

Eu que sozinho em meu quarto escrevi vários poemas sobre quase tudo,
esqueci de escrever um que retratasse minha tristeza verdadeira.
Eu que para muitos era um grande homem com muitos sonhos,
não era nada mais que um moleque querendo sua infância de volta.

Eu que fui corajoso até demais para demonstrar meus erros políticos
não tive um resto de coragem sequer para enfrentar meus medos ocultos.
Eu, somente eu, sei que ninguém mais além de mim foi tão imperfeito para comigo mesmo.

Eu que estive ao lado de pessoas que tanto amei
nunca disse que as amava, e elas se foram, e se vão de mim a cada dia...

Eu sorria dos que choravam desesperados
pois nem sabiam a razão por suas lágrimas, e hoje
não faço outra coisa, se não chorar por razões que finjo não entender.



José Borges Neto.
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