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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quase mortas, ainda puras.

Ontem fui até certo jardim que encontrei
Acho que ele estava abandonado
Meio velho sem vida, sem cor
Tinha algumas plantas e eu as reguei
Deu pra perceber a alegria que nascia
E até uma flor branca lá brotou.

Caminhando mais a dentro do recanto
Encontrei uma orquídea que chorava
Suas raízes davam a impressão de agonia
E por suas pétalas escorria um pranto
Eram lágrimas quase mortas ainda puras
E pouco a pouco se escondia o dia.

Eram tantas raízes, tantos pedidos
Algumas agonizavam por apenas um toque
Elas queriam sentir que ainda viviam
Pareciam serpentes prontas para o bote
Quando eu chegava mais perto delas
Elas se abriam e lançavam certo perfume
E nesse perfume eu me encontrava
E me perdia do mundo que me cercava
Porém pouco eu me importava naquele momento
Eu queria mais era descobrir os sabores do vento
Mais seriamente, queria descobrir a essência de uma flor.

Sempre que eu voltava para aquele jardim
Eu buscava entender o sentido da alegria
Da solidão, da angustia, da consolação
Queria ser compreensivo, e mais objetivo
As flores tinham coisas que eu precisava ter
Minha ganância por vida, não me deixou viver.


José Borges.

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