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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Exemplo errado.

Sinto que as noites já não são mais tão violentas
E que as estrelas me olham com um jeito mais sincero
Olham-me como eu fosse parte delas, e eu as nego.
Tenho medo em acreditar na minha própria visão
E a noite vem, e se vai, e tudo parece mudado.

Amanhece em mim um novo dia
Mas percebo que esse é um dia estranho.
Eis um dia escuro e violento.
Quão triste está o céu
Está triste com as estrelas
Elas estão em guerra
E espadas de luz cortam o céu
E cai sobre mim um sangue azul
Que me cobre o rosto como se fosse meu sangue
E as estrelas continuam em guerra.

Agora sei o porquê que elas me olhavam estranhas
Elas sabiam que eu seria a única testemunha
Eu seria aquele que viu o céu sangrar
Mas mesmo assim não poderia fazer nada
Agora sei que estava certo em negar as estrelas
Talvez desde o início elas quisessem me usar.

Anoitece, e para onde eu olho só vejo escombros,
Ouço algumas estrelas agonizando, e morrendo,
Corpos espedaçados pelas espadas ditas divinas
Feixes de luz que rapidamente se apagam
E tudo parece realmente está mudado.

As noites hoje já não têm estrelas brilhando no céu
Pois as que não foram mortas, estão apagadas,
E o céu já não é mesmo que foi um dia
Ele também foi ferido e magoado, hoje vive escondido,
Creio que tenha medo das estrelas e das espadas.

E assim aconteceu que as estrelas invejaram os homens
De tanto elas os vêem praticando seus jogos.
Inocentes estrelas que agora estão como seus ídolos
Mortas, espedaçadas ou feridas,
E as que sobraram também serão coroadas
Com a honra de serem esquecidas...



José Borges.

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