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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Folhas secas.

Enquanto à noite chega, as folhas caem
E o chão fica recheado de coisa morta
Coisa velha e sem cor
E eu piso nesse chão como se duvidasse
Duvidasse que ele estivesse morto
E piso nestas folhas mortas
E morro de medo de pensar
Que elas tiveram vida
Mas a noite chegou, adeus vida.

Vejo um caminho feito de pedras
E nas pedras as sombras
E nas sombras as lágrimas
E nas lágrimas a saudade
E na saudade o amor
E no amor a esperança
Que a noite não chegue
E no silêncio o aviso
E no aviso as folhas
Todas mortas.

No alto dos galhos não sobrou nada
Até as pequenas folhas caíram
Vieram para debaixo de meus pés
E eu sem medo e sem querer
Esmaguei-as como se fossem meu amor
Sem querer era amor
Amor pelas folhas secas
Folhas vivas que não quis notar
Caminhos distantes de mim
Folhas mortas por mim
Noites esperadas em silêncio
Como medo da chegada do fim.

E o fim veio, ficou e passou
E o inicio passou, veio e ficou
E o instante ficou, veio e passou
Assim como as folhas mortas do quintal
Ou como a aperto de mão na noite de natal
Folhas que piso e que mato
Folhas mortas que piso
Secas, mortas
Só isso...


José Borges.

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