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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Num instante a tarde.



Vejam só a tarde deslumbrando o seu véu
Sobre minhas mágoas em claro
A tarde que já foi palco de inúmeros encontros
Hoje não passa de um símbolo de dor e solidão.

Vejam só as cortinas se fechando
E um por um, saem de cena.
Já não existe ninguém para aplaudir
Sintam agora o desprezo indizível
Abracem somente as sombras que lhes restam.

Aquilo que mais era celebrado, aplaudido
E cantado em todas as canções,
Agora quando a tarde chegou
Simplesmente não existe mais...

Vejam só os dizeres dos astros
É por eles que somos tão iguais
Mas somente por eles, outra coisa não.

Hoje a tarde já não é tão delicada
Nem os gemidos são verdadeiros
Tudo parece ser farsa, menos meu silêncio.

Ainda que tanta mágoa perpetue-se
Permanecerei impávido como um colosso imortal
Porque não deixarei que nossa ingenuidade
Comprometa nosso resto de destino.

Vejam só essa noite que impõem-se
Tão comum a tantas outras,
Único instante que se passa
Engrandece a eternidade.


José Borges Neto.
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