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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Curto momento



Amor de momentos
E eternos sentimentos
Ficam a pairar
Em torno da areia
Em busca do mar
Navegando ao silêncio
Estranho não naufragar
E outro caminho se abre
Nas ondas frias a somar.

Enterros de sonhos
Multidões a acreditar
Horas querendo fama
Pra outro amor não reclamar
E mudando a mente
Refazendo gente
Sem medo de errar
Trilhando incertezas
Que pode falhar.

Ao certo sabido
Que a verdade atrasa
E fazem de tudo
Contas não paga
E vão falando
Bobagens assim
Desejando o mal
A quem deu o sim
Moldando maquetes
Que não cabem em mim.

E enrolam-se os tolos
Que a idiotice é barata
Compra-se de graça
E se ganha de troco
Bebem mesmices
Engolem recados
Muralhas de papel
Restos aos bocados
Simples brinquedos
Fáceis moldados.

Curto momento
Estranho ciúme
Que corta meu corpo
Apodera-se da alma
Destroem defesas
Estilhaçam vidraças
Embriagam-se comigo
E me dão certa calma
O que já foi um dia
Não passa de madrugada.

Poderoso amor árduo
Que exala um perfume hostil
O que faz com os segredos
De quem não se conhece
E o que fazes de mim?
Sou apenas uma criança
Perdida no cinismo
Colhendo flores no jardim.


José Borges.
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