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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um breve último...



Aos papeis engavetados
E as canetas já sem cor
Aos únicos profetas
Que atravessaram a dor
Aos meigos abraços
Que dispensaram o amor.

Aos pobres ateus
Que não quiseram crer
Ao filho do pai
Que mãe não pode ter
E aos velhos cansados
Que não cansam de ler.

Aos jovens perdidos
E aos crimes fatais
A fome que domina
E aos céticos carnais
Aos bons momentos
Que não voltam jamais.

Aos antigos amores
E a eterna paixão
Aos versos embriagados
Pela falta de razão
E a dádiva do Nilo
Pela sua gratidão.

Aos jagunços maldosos
E aos tantos cruéis
Aos pretos feridos
Pelos seus coronéis
E aos dízimos entregues
Pela crença dos fiéis.

Aos beijos roubados
E aos beijos perdidos
Aos olhares passados
E aos olhares esquecidos
Aos segredos guardados
E aos segredos dizidos.


José Borges.
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