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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meu nascer do dia.



Amanheceu, e logo começo a imaginar: penso em tudo.
E a cada minuto que se passa, aumenta ainda mais essa insatisfação.
É como um raio de luz que me desperta e que atravessa meu corpo frágil e frio já desgastado pela noite.

Ouço timidamente o ecoar do canto dos pássaros, e abro a janela. Lá estão eles, me olham como quem estivesse querendo me levar.
E vou, com os pés no chão e com a mente já bastante infeliz.
Embora eu ainda faça um gesto, um sorriso, não quer dizer que estou precisamente feliz. Nem sempre estou satisfeito...
E passa horas, e passa o vento, e passa pessoas e fico aqui. Agarrado ao presente – por temer meu futuro – mas ainda acreditando que tudo muda.

O sol já está alto, e ainda não tive coragem de sair pra rua. Meu medo me toma. Meu olhar diz que não posso virar o rosto. O que será que deixei pra trás? Amor, ódio. Talvez. E quando eu acordar do outro lado do universo, onde estarão os pássaros, onde estará o sol? Onde eu estarei; em que rosto, que corpo, em que lembrança?

Amanheceu e eu nem pude curtir meu uísque, nem meus amigos.
Nem mesmo a amada que me esperava na esquina
Nem mesmo encontrei-me. Pedi esmola para alguns mendigos.
Amanheceu e não tive nada o que comemorar, além de tudo ainda estou dormindo...


José Borges.
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