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terça-feira, 15 de junho de 2010

Em certo mandamento.



A equivoco na carta escrita,
Nela está contida apenas memórias
Coisas invisíveis assim como os seios da noite
Ou como os cabelos do vento.

Dizem que ouve glória,
Mas os bons homens não viveram para celebrar
E hoje inventam tantas histórias
Que muitas vezes fica impossível não se acreditar,
E hoje com certeza os mortos celebram
A divina e infantil forma de amar.

Os rumores que as mulheres
Desconsideram seus maridos em todos os jornais,
Pobres escravos de si próprios
Obscuros pensamentos normais
Interromperam até a cerimônia
Pois alguém abriu a carta,
E cavalos voaram,
Céus caíram
E o despreparado, morreu.

E por séculos os anjos cantaram,
E pobres sem poder continuar mendigaram
E os profetas foram fazendo
Filas em prol da oração
E os filhos dos deles dormiam
Impróprios para escrever.

E os poetas bebiam as elegias do tempo
E comiam as veias de seus corpos,
Assim como a sombra da imagem
Estava posta no altar.


José Borges.


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